15/12/10

Borrego guisado com laranja e castanhas

borrego guisado com laranja e castanhas

O Inverno é por excelência tempo de assados e guisados. Pratos quentes, aromáticos, que nos dão conforto para resistir ao frio. Sabe bem comê-los com muita calma, acompanhados de um bom vinho tinto e de muito conversa, num daqueles longos almoços de fim-de-semana. E foi mesmo isso que decidi fazer num domingo chuvoso...


Ingredientes:



1 kg de borrego
1 cebola
2 dentes de alho
1 folha de louro
2 dl de Vinho branco
Alecrim
Casca de 1 laranja
1 pau de canela
5 ou 6 grãos de pimenta da Jamaica
Sal q.b.
Água q.b.

Salsa fresca picada
400 castanhas (cozidas ou congeladas)


Limpar bem o borrego e cortá-lo em pedaços. Numa caçarola de fundo grosso, ou num tacho de barro, refogar a cebola e o alho no azeite, até a cebola ficar translúcida. Juntar o borrego e deixar que perca o aspecto cru. Adicionar os temperos, o alecrim, a casca de laranja e o vinho. Deixar cozinhar em lume brando 1:30h a 2h. Mexer de vez em quando e verificar se é preciso juntar água para que o guisado fique com molho. Se usar castanhas cozidas junte-as ao guisado uns momentos antes de apagar o lume, só para que aqueçam. Caso use castanhas cruas, junte-as cerca de 10 minutos antes de finalizar o borrego. Polvilhe o borrego com salsa picada. 

Para dietas com baixo índice glicémico, acompanhar com vegetais. Caso contrário, servir com cuscuz, que poderá aromatizar com raspas de laranja, por exemplo.

06/12/10

Brownie de abóbora e nozes

brownie de abobora e noz

Gosto muito do Chakall. Delicio-me com as suas receitas, sempre com um toque exótico ou com um twist surpreendente. Rio-me com o seu bom humor – o programa que ele tem agora na SIC Mulher é super engraçado, nomeadamente a maneira informal como ele conversa com as pessoas e a sua relação especial com a paciente cadela Pulga (será que ela vai ter finalmente direito ao tão desejado bitoque?). Encanto-me com a sua simpática aparência… até acho piada ao turbante e ao sotaque. O mais recente livro dele, Portugal Revisitado, já está na minha whish-list natalícia, mas o brownie que hoje vos trago é da sua primeira obra, Cozinha Divina. Testada pela Margarida e aprovada pela Gasparzinha, esta receita do Chakall só podia mesmo ser maravilhosa!



Ingredientes:


350 g de puré de abóbora*
1 chávena de farinha
1 chávena de açúcar amarelo
1 colher de chá de fermento
½ colher de chá de bicarbonato de sódio
½ colher de chá de sal
½ colher de chá de gengibre (usei em pó)
2 colheres de chá de canela
1 colher de chá de noz-moscada
100 ml de natas (a Gasparzinha sugere o uso de iogurte)
100 ml de óleo
2 colheres de chá de extracto de baunilha
½ chávena de miolo de nozes

*Asse a abóbora no forno, envolta em alumínio, ou coza-a a vapor, num recipiente ou tacho adequados; caso tenha a Bimby, use a Varoma. São as melhores formas cozinhar a abóbora para que não fique com demasiada água. Depois triture a abóbora no robô de cozinha, na Bimby ou com a varinha mágica.


Tradicional

Pré-aquecer o forno a 180 graus. Untar uma forma rectangular (usei uma de 20x28 cm) com manteiga e forre com papel vegetal, se preferir use uma forma de silicone e assim já não precisa de untar nem usar papel vegetal.

Manualmente ou no robô de cozinha, bata todos os ingredientes até obter uma massa uniforme. Leve ao forno 10 minutos ou até ficar estaladiço por fora e com uma textura “apudinada” por dentro. Atenção que este tempo depende dos fornos: no meu (que é da idade da pedra) tive que deixar cozinhar quase 20 minutos.

Thermomix_bimby


Pré-aquecer o forno a 180 graus. Untar uma forma rectangular (usei uma de 20x28 cm) com manteiga e forre com papel vegetal, se preferir use uma forma de silicone e assim já não precisa de untar nem usar papel vegetal. Coloque todos os ingredientes no copo da Bimby e programe 15 seg/vel 4/inversa.

Leve ao forno 10 minutos ou até ficar estaladiço por fora e com uma textura “apudinada” por dentro. Atenção que este tempo depende dos fornos: no meu (que é da idade da pedra) tive que deixar cozinhar quase 20 minutos.




25/11/10

Sopa de pêra e de beterraba


A pêra é das minhas frutas favoritas da estação e uma presença constante na minha alimentação. Já a beterraba é dos poucos vegetais com o qual tenho uma relação muito pouco regular. A sua cor é belíssima, mas o sabor às vezes deixa-me de nariz torcido. No entanto, esta sopa foi uma experiência bem-sucedida, pois a pêra suaviza a intensidade da beterraba e dá um toque especial a esta sopa.


Fonte: receita da revista Delicious, adaptada a partir da versão do blogue Souvlaki for the soul. Aconselho uma visita demorada a este blogue que tem receitas excepcionais e fotografias absolutamente fantásticas.

Actualização: também pode ver no blogue No soup for you a versão estival desta sopa feita pela querida Gasparzinha.

Ingredientes:


Azeite (10 ml)
1 cebola
1 cenoura
2 dentes de alho
450 g de beterraba
(já cozida ou assadas e sem pele)
180 g de peras (usei 3 pequenas)
7 dl de água
Sal e pimenta
Iogurte ou natas espessas para servir.


Se usar a beterraba em cru, terá de cozinhar a sopa mais tempo, cerca de 50 minutos no total.


Tradicional


Lave, descasque e corte os legumes e as peras e pique o alho e a cebola. Refogue a cebola, o alho e a cenoura. Adicione a pêra e a beterraba cortadas aos pedaços. Verta a água e tempere com sal e pimenta. Deixe cozinhar cerca de 20 minutos. Triture a sopa. Verifique a consistência e, se estiver demasiado espessa para o seu gosto, junte mais água. Sirva com um colherzinha de iogurte ou de natas espessas.

Thermomix_bimby


Lave, descasque e corte os legumes (como a bimby tritura muito bem os alimentos, não descasquei as peras). No copo, junte o azeite, a cebola, o alho e a cenoura. Pique 5 seg/velocidade 5. Refoge 4 min/ varoma/velocidade 1. Adicione a pêra e a beterraba cortadas aos pedaços. Verta a água, tempere com sal e pimenta. Programe 15 m/100 graus/velocidade 1. Triture 2 m/velocidade 3-5-7. Verifique a consistência da sopa e, se estiver demasiado espessa para o seu gosto, junte mais água. Sirva com um colherzinha de iogurte ou de natas espessas.

22/11/10

Mexilhões com molho thai


Como gosto mais de mexilhões do que de amêijoas, acho sempre que é dada pouca importância a este bivalve que, além de muitíssimo saboroso, tem um preço muito simpático. Em minha casa, o mexilhão é normalmente confeccionado com molho de tomate, servido como entrada, com um pãozinho saloio, ou como prato principal, acompanhador por massa. Para variar, decidi usar as ervas e os temperos que uso habitualmente para a comida tailandesa. Ficou delicioso.

Ingredientes:

1 kg de mexilhões
1 colher de sopa de óleo
3 dentes de alho
2 colheres de sopa de gengibre fresco ralado
½ pimento vermelho
1 malagueta (ou molho picante)
2,5 dl caldo peixe ou água
2 colheres de sopa de molho de peixe*
(se o seu caldo tiver sal, reduza esta quantidade)
2 talos de erva príncipe*
1 pitada de açúcar
Coentros frescos


Nota: não use caldos de compra, pois têm um sabor demasiado intenso e salgado. É preferível usar água, caso não tenha caldo caseiro. Como costumo cozer peixe a vapor, reaproveito essa água que fica com o sabor do peixe.

Limpar os mexilhões, descartando os que têm a casca partida. Num tacho, ou caçarola, refogar o alho picado e o gengibre em óleo. Juntar o pimento e a malagueta, cortados aos cubinhos e deixar cozinhar 1 ou 2 minutos. Verter o caldo de peixe. Juntar os talos de erva príncipe esmagados, o molho de peixe e uma pitada de açúcar. Verificar os temperos. Quando o caldo começar a ferver, junte os mexilhões. Assim que os mexilhões abrirem, está pronto! É só polvilhar com coentros frescos.

* Produtos à venda nos supermercados asiáticos. Os talos de erva príncipe encontram-se na secção de congelados.


20/11/10

Bolo de chocolate, pêra e especiarias para o Tertúlia de Sabores


O Tertúlia dos Sabores faz hoje 3 anos. Como fã incondicional deste belíssimo blogue, comandado com grande mestria pela encantadora Moira, não poderia deixar de participar na festança. No ano passado, para assinalar o aniversário, servi entrecosto caramelizado. Este ano, levo bolo de chocolate. Já me estou a imaginar com a Moira numa tarde outonal a saborear um chá de rooibos (de que ela tanto gosta), enquanto degustamos este bolinho e tagarelamos. Parabéns ao Tertúlia!



Ingredientes:


600 g pêra
150 g açúcar
75 g de manteiga
3 ovos
75 g de chocolate
75 g farinha
1 colher de chá fermento
2 colheres de chá de quatre épices
(ou faça a sua própria mistura de especiarias moendo, por exemplo, cardamomo, noz-moscada, canela, cravinho, pimenta da Jamaica, gengibre)


Descascar as peras cortá-las ao meio e retirar o pedúnculo. Amolecer a manteiga no microondas. Bater a manteiga com o açúcar. Adicionar as gemas, o chocolate derretido e a farinha misturada com o fermento. Por fim, juntar as claras batidas em castelo. Untar uma forma de fundo amovível com manteiga e farinha (ou spray desmoldante), por cima colocar papel vegetal. Dispor as metades de pêra no fundo do tabuleiro. Polvilhar com as especiarias e cobrir com a massa do bolo. Levar ao forno pré-aquecido a 180 graus entre 20 a 30 minutos.

Fonte: esta receita é da Apolónia e aprendi-a numa aula de cozinha vegetariana na Cozinhomania.


16/11/10

Castagnaccio alla Toscana


Estive um bocado indecisa quanto a publicar esta receita... Dei-a a provar a várias pessoas e as opiniões não foram consensuais. Todos gostaram do sabor, mas alguns acharam a textura pesada/compacta, outros, sobretudo, os que gostam de broa castelar, apreciaram este doce típico da Toscânia.

É por isso um “bolo” (na verdade, não é bem um bolo é mais uma broa) indicado para quem gosta de texturas mais substanciais, para quem está habituado à textura dos bolos e pães sem glúten, nem fermento... Uma boa sugestão para acompanhar um chá, numa tarde de Outono, com a chuva a cair lá fora.

Fonte: Sabores Irresistíveis, Gradiva (o título da receita em português é Fogaça de castanhas).


Ingredientes:


75 g de passas
Zest de 1/2 laranja
250 g de farinha de castanha
75 g de açúcar
50 g de nozes (triturei-as)
35 g de pinhões (não usei... já que o preço é um bocado "salgado")
2 colheres de sopa de azeite (uma para a massa, outra para pincelar)
1 chávena de leite
1 chávena de água
5 galhinhos de rosmaninho
Manteiga q.b.


Demolhe as passas de uva durante 30 m em água morna.


Tradicional


Peneire a farinha para uma tigela grande. Misture o sal e o açúcar. A pouco e pouco, junte 1 colher de sopa de azeite, o leite e a água, mexendo sempre até obter uma massa lisa e fluida. Caso fique com grumos, use a batedeira. Acrescentar a noz, as passas bem espremidas, o zest de laranja e as folhinhas do rosmaninho, envolvendo. Unte uma forma com manteiga e verta o preparado, estendendo-o bem (não deve superar os 2 cm de altura - usei uma forma rectangular de 22x28 cm). Pincelar com azeite e colocar pedacinhos de manteiga por cima (tem de ser pedacinhos mesmo pequenos, caso contrário o bolo ficará com as marcas da manteiga). Vai ao forno pré-aquecido a 180 graus cerca de 50 minutos.


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Triturar as nozes pressionando o botão turbo 2 ou 3 vezes (não é preciso ficarem tipo farinha, é uma moagem grossa). Retire do copo e reserve. Junte a farinha com o sal e o açúcar e seleccione 30 seg./velocidade 3. Junte os líquidos (azeite, água e leite) e programe 30 seg/velocidade 4. Juntar as passas, o zest de laranja, as folhinhas de rosmaninho, marcando 1 minuto/velocidade 1/colher inversa. Unte uma forma com manteiga e verta o preparado, estendendo-o bem (não deve superar os 2 cm de altura - usei uma forma rectangular de 22x28 cm). Pincelar com azeite e colocar pedacinhos de manteiga por cima (tem de ser pedacinhos mesmo pequenos, caso contrário o bolo ficará com as marcas da manteiga). Vai ao forno pré-aquecido a 180 graus cerca de 50 minutos.

Neste site, pode ler a história deste doce com uma longa tradição. Os primeiros registos sobre ele datam do ano 500.

11/11/10

Chili con carne (e chocolate)


Aprendi a fazer chili há alguns anos com uma amiga que viveu no Texas. Durante algum tempo, fazia a receita como ela me ensinou, usando uma mistura pré-preparada que comprava em Londres. Mas fui investigando quais eram as especiarias que figuravam nessa mistura e experimentando combinações até chegar à minha própria receita. Há um segredo que essa amiga me confidenciou e que, a meu ver, é o que dá “aquele toque especial” ao chili: o uso de chocolate. O chocolate corta a acidez do tomate e dá uma textura espessa e, ao mesmo tempo, suave a este prato tex-mex.



Ingredientes (5 pessoas):


450 g de carne picada (vaca)
400 g de feijão cozido
1 lata de tomate pelado (400 g)
2 cebolas
3 dentes de alho
2 folhas de louro
50 g de pimento verde
50 g de pimento vermelho
Azeite q.b.
Sal q.b
2 quadrados de chocolate semi-amargo (20 g)


Especiarias:


1 colher de chá de orégãos
2 colheres de chá de cominhos
½ colher de chá de pimenta da Caiena
½ colher de chá de piripíri
½ colher de chá de canela




Tradicional


Picar o alho e a cebola e refogá-los em azeite, juntando também o louro. Juntar a carne, o sal e as especiarias e deixar que a carne perca o aspecto cru. Adicionar o tomate (com o suco). Deixar cozinhar uns 20 minutos, juntando o pimento cortado aos cubos a meio da cozedura. Se o molho estiver muito espesso, juntar um pouco de água. Misturar o feijão cozido e deixar tomar sabor. Por fim, juntar o chocolate, envolvendo suavemente. Servir com arroz branco.



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Deitar o azeite no copo e programar 3 m/varoma/velocidade 2. Juntar a cebola e o alho descascados, picar 5 segundos/velocidade 5. Refogar 5 m/varoma/velocidade 1. Juntar a carne picada, as especiarias e o sal marcar 5 minutos/varoma/velocidade 1/colher inversa. Adicionar o tomate (com o suco), o louro e o pimento cortado aos cubos. Seleccionar 10 m/varoma/velocidade colher inversa. Juntar o feijão e programar 3 m/100o/ velocidade colher inversa. A meio dos 3 m, deitar o chocolate pelo orifício. Se optar por usar feijão de lata, é melhor programa mais uns minutos, para que o feijão tome gosto. Servir com arroz branco.

08/11/10

Camarões no forno com molho de tomate e queijo feta



Esta é uma daquelas receitas que tenho na minha “to do list” desde que comecei o blogue. Vi-a pela primeira vez no recipezaar (agora allrecipes), mas o impulso para fazê-la surgiu quando a li no Simple Recipes. Aliás, foi a partir dessa que confeccionei este prato. Não é um prato muito fotogénico (e eu tenho muitas limitações como fotógrafa), mas é campeão em sabor, facilidade e rapidez de execução. Aconselho vivamente.



Ingredientes para 4 pessoas:


500 g de camarão
100 g de queijo feta


Para o molho de tomate


Azeite q.b.
1 cebola
2 dentes de alho
1 folha de louro
1 ½ lata de tomate pelado (tomate+sumo são cerca de 600 g)
1 colher de chá de orégãos
Piripíri ou molho picante a gosto
1 pitada de açúcar
Sal e pimenta a gosto
Salsa fresca


Descasque os camarões ainda semi-congelados (é mais fácil), deixando a cabeça e os rabos (para dar sabor).


Tradicional


Refogar a cebola e o alho no azeite. Juntar o tomate e o suco, o louro e temperar com sal, pimenta, o picante, uma pitada de açúcar e os orégãos. Deixar cozinhar cerca de 10 minutos, mexendo para que o tomate se desfaça um pouco. Verificar os temperos. Polvilhar com salsa picada.


Deitar o molho de tomate num recipiente de ir ao forno e, por cima, dispor os camarões. Finalizar com o queijo feta esfarelado. Vai ao forno entre 10 e 15 minutos (só o tempo de cozinhar o camarão e derreter um pouco o feta). Como o meu forno tem grill costumo deixar ligá-lo nos 2 ou 3 minutos finais. Servir acompanhado com arroz branco ou massa.


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Picar a cebola e o alho, juntando o azeite, 5 s/velocidade 5. Refogar seleccionando 5 m/varoma/velocidade 2. Juntar o tomate e o suco, o louro e temperar com sal, pimenta, o picante, uma pitada de açúcar e os orégãos. Programar 10 m/varoma/velocidade 1/colher inversa. Não trituro o tomate, pois prefiro o molho com uma textura menos “lisa”. Juntar a salsa picada.


Deitar o molho de tomate num recipiente de ir ao forno e, por cima, dispor os camarões. Finalizar com o queijo feta esfarelado. Vai ao forno entre 10 e 15 minutos (só o tempo de cozinhar o camarão e derreter um pouco o feta). Como o meu forno tem grill costumo deixar ligá-lo nos 2 ou 3 minutos finais. Servir acompanhado com arroz branco ou massa.

03/11/10

Sopa de feijão com nabo e nabiças



A estória das moelas reavivou-me outros sabores de infância... A sopa de feijão da minha mãe, com um inconfundível toque de canela... Encorpada, aromática, uma sopa perfeita para acalentar o corpo e a alma em dias de frio. Ei-la.

Ingredientes:


200 g de feijão cozido*
175 g abóbora
250 g cenoura
1 cebola
2 dentes de alho
1 ou 2 cabeça de nabo (350 g)
2 tomates maduros
Nabiças a gosto
800 dl a 1 litro de água
(Se optar por cozer o feijão, utilize a água da cozedura).
Canela em pó
(Essencial para dar um toque especial à sopa)
Sal

*Pode usar feijão de lata. Normalmente, faço com feijão cozido por mim, é mais económico do que comprar de lata e o sabor é incomparavelmente melhor. Demolho 500 g de feijão. Depois, cozinho na panela de pressão com uma pitada de sal, 1 folha de louro, 1 cebola, 2 dentes de alho e água. Coze em apenas 10 minutos, após a panela começar a apitar ou a largar o vapor. Reservo a água da cozedura para a sopa.


Tradicional


Lave, descasque e corte os legumes. Numa panela, deitar os legumes, usando apenas metade da quantidade de feijão e de nabo. Juntar a água. Deixar cozer os legumes. Antes de triturar a sopa, deite a canela em pó, um fio de azeite e confira o sal. Verifique a consistência da sopa e, se estiver demasiado espessa para o seu gosto, junte mais água. Adicione o nabo cortado aos cubos e as nabiças. Deixe cozinhar em lume brando. Por fim, junte o feijão cozido. Sirva bem quentinha.

Se tiver uma panela que lhe permita cozer a vapor, enquanto faz a sopa, aproveite e coza o nabo e as nabiças. Depois de triturar a sopa, junte o nabo, a nabiça e o feijão. Assim, poupa tempo e energia.

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Lave, descasque e corte os legumes. No copo, coloque os legumes, usando apenas metade da quantidade de feijão e de nabo. Juntar a água (dois dedos abaixo do nível dos legumes) e o sal. Na varoma, colocar as nabiças e meio nabo cortado aos cubos. Marcar 25 m/varoma/velocidade 1. Ao fim de 15/20 minutos pode retirar o recipiente varoma, pois o nabo e as nabiças já estarão cozidos. Antes de triturar a sopa, deite a canela em pó, um fio de azeite e confira o sal. Triture 2 m/velocidade 3-5-7. Verifique a consistência da sopa e, se estiver demasiado espessa para o seu gosto, junte mais água. Adicione o restante feijão, o nabo e as nabiças e seleccione 2 m/100o/colher inversa. Sirva bem quentinha.


29/10/10

Fofos de Frango e de linguiça



Esta é uma receita fácil, muitíssimo versátil, ideal para “reciclar” restos de guisados, assados e de cozidos; fica bem com peixe, carne, aves ou vegetais e, muito importante, agrada a gregos e a troianos, miúdos e graúdos. Faz-me lembrar o que os brasileiros apelidam de tortas do liquidificador, neste caso em versão individual. Vi-a pela primeira vez no magnífico Sabores de Canela e, tive o privilégio, de provar estes fofos feitos pelas mãos sabedoras da Helena (prof Helena, obrigada pelas aulas privadas de fotografia...um dia chego lá!). A receita original é da Vóvó Né e encontra-se aqui.


Massa
250 gr de farinha
2 colheres de chá de fermento
1 colher de café de sal fino
25 g de manteiga
50 g. de azeite
250 g de leite
2 ovos


Recheio
(adaptei o recheio da Helena aos ingredientes que tinha em casa)


150 a 200 g frango limpo de peles e ossos (usei restos de frango assado)
100 g de alho francês
1/2 cebola
1 dente de alho
2 tomates (usei tomate pelado)
Azeite q.b.
1 dl de vinho branco
50 g de linguiça açoriana (pode usar chouriço ou bacon)
Salsa a gosto
Sal e pimenta q.b. (não usei, o frango assado e a linguiça já tinham conferido tempero suficiente)


Em azeite, alourar a cebola cortada em finas meias-luas, o alho francês fatiado, o alho e a linguiça aos pedaços. Juntar o tomate, o frango desfiado e o vinho. Deixar apurar. Temperar a gosto e juntar a salsa. No robô de cozinha, ou picadora, moer o recheio, tendo o cuidado de não triturar demasiado. Reserve. No robô de cozinha, ou com a varinha mágica, misturar todos os ingredientes da massa (fica uma massa fluida). Em forminhas de empadas ou de queques (usei de silicone) previamente untadas, deite uma camada de massa, depois uma camada de recheio e, por fim, outra camada de massa. Levar ao forno cerca de 20 minutos. Dá para 16 a 20 "bolinhos" (depende do tamanho das forminhas).


Nota: se sobrar recheio, use-o, por exemplo, numa omeleta.

26/10/10

No reino da infância: moelas estufadas


Este gosto por comer estava certamente inscrito no meu código genético, caso contrário como é que é possível que, com 3 anos, ficasse com aftas por comer queijo S. Jorge ou que, aos 4, propusesse aos meus pais: “Vamos pesticar?”. Traduzindo para linguagem de adulto: “Vamos petiscar?”. E o que estaria eu, do alto dos meus 4 anos, a sugerir? Que os meus pais partilhassem comigo uma malga de papa Cerelac ? Não! Eu já não era um bebé! Comer gomas? Frio. Isso é demasiado “moderno”... uma fatia de marmelada feita pela avó bastava para nos arrancar o maior dos sorrisos. Uma happy meal no “palhacinho”? Gelado! No meu tempo, o que comíamos eram hambúrgueres caseirinhos, daqueles mesmo só com carninha de vaca, passados por manteiga verdadeira.

O que eu queria é que me levassem à tasca – sim, à tasca. E para quê? Para comer moelas! Ai como eu adorava sentar-me naqueles bancos... Não chegava com os pés ao chão, e ficava com a cabeça ao nível do tampo da mesa, mas ali, na tasca, à mesa com os crescidos, sentia-me bem importante. Molhava o pão no molhinho, lambuzava os dedos, pingava a camisola, limpava a boca com as costas da mão, bebia um golo de Trinaranjus... E, assim, saboreava dos momentos mais felizes da minha infância.



Com esta pequena estória respondo ao desafio da Sofia que comanda um blogue muito especial – bem escrito, bem-humorado, com óptimas receitas – e que acompanho regularmente. Ha'baday tu iu (feliz aniversário) No Reino da Prússia!

Ingredientes:


750 g de moelas
2 colheres de sopa de azeite
1 folha de louro
1 cebola
1 dente de alho
1 dl de vinho branco
1 dl de vinho do Porto
1 lata de tomate pelado (só os tomates)
Sal
Massa de malagueta (molho picante ou piripiri)
1 pitada de cominhos


Nota: que me perdoem os mais puristas, mas costumo usar a panela de pressão para agilizar o processo. Só há que ter cuidado para não deitar demasiado líquido, caso contrário, as moelas não ficam apuradinhas e com o molhinho espesso.



Limpar muito bem as moelas e cortá-las a meio (se forem grandotas). Refogar a cebola e o alho no azeite. Juntar o louro e as moelas e deixá-las ganhar cor. Adicionar os temperos, os vinhos e os tomates. Depois é fechar a panela de pressão, deixar apitar e, a partir do apito, contar 20 minutos. Antes de abrir a panela, não se esqueçam de que o vapor deve ser totalmente libertado. Servir as moelinhas polvilhadas com salsa picada e acompanhadas com pão. É permitido lambuzar os dedos!

25/10/10

Destaque no Jornal de Notícias

Na edição de hoje do Jornal de Notícias, a jornalista Cláudia Luís destacou o Three fat ladies, a par do magnífico Gourmets Amadores e do The Love of Food, blogue que a partir de hoje será para mim de leitura obrigatória e que recomendo aos meus leitores. É um orgulho ver o Three fat ladies referenciado, pois quem tem blogues sabe muito bem que este hobbie representa muito empenho. Da investigação à execução da receita, passando pela fotografia da praxe, até ao texto introdutório... são algumas boas horas de "trabalho".

Mas este post serve sobretudo para agradecer a referência e deixar aqui aos leitores do Jornal de Notícias o link para as duas receitas que são destacadas:






21/09/10

Brownies de chocolate e curgetes


O que primeiro me cativou nestes brownies foi o uso de curgete. Gosto da humidade e da textura que este legume dá aos bolos, salgados e doces. Decidi logo experimentar, andei com a lista de ingredientes no meu caderninho durante 1 semana para ter a certeza de que nada faltava na hora de fazer o bolo. No sábado, pus os ingredientes na bancada e percebi que o bolo não levava ovos. Confesso que não aprecio bolos sem ovos, pelo menos das vezes que os comi, nunca me cativaram, achei-os secos... Durante uns segundos hesitei... será que a receita tem uma gralha? Mas o blogue onde encontrei a receita, tinha-a feito a partir de outro blogue e estavam iguais. E se juntasse 1 ovinho, quiça 2? O facto de te terem corrido mal duas receitas na semana passada não são desculpa para não saires da tua zona de conforto, pensei eu. Sim? Não, vou arriscar. Em boa hora tomei a decisão de seguir a receita original: estes brownies são fantásticos. Densos e húmidos tal como eu gosto. Vale a pena experimentar.



Só uma nota: para fazê-los é indispensável ter uma batedeira, ou então, arriscam-se a ficarem horas a bater o bolo, até que a curgete espalhe a sua humidade aos restantes ingredientes. Usei as varas de massa (e não as de bater claras).

Ingredientes:


1 1/2 chávena açúcar
1/2 chávena de óleo
2 chávenas de farinha sem fermento
1/4 chávena de cacau
2 colheres de chá de essência de baunilha
2 chávenas de curgete ralada
1 colher de chá de sal
1 1/2 colher de chá de bicarbonato
1 chávena de chips de chocolate


Aquecer o forno a 180 graus. Juntar o açúcar, o óleo e a farinha, mexendo com a batedeira em velocidade baixa até que fique com consistência de areia. Juntar o cacau, a essência de baunilha e a curgete. A pouco e pouco, enquanto a batedeira "trabalha" a massa vai ficando húmida e ganhando a tal consistência de bolo a que estamos habituados, embora numa versão mais espessa, típica dos brownies. Misturar o sal e o bicarbonato, mexendo sempre com a batedeira. Por fim, juntar os chips de chocolate, envolvendo na massa com uma colher-de-pau. Deitar numa forma rectangular (20x28 cm), untada com manteiga e polvilhada com farinha - estou completamente rendida ao spray desmoldante, portanto salto esta operação. Vai ao forno entre 25 a 35 minutos. Só cortar me quadrados quando tiver arrefecido.

15/09/10

Satay de Frango


Foi o satay que desencadeou a minha paixão pela comida tailandesa. Provei-o pela primeira vez há uns 15 anos, em casa de uma amiga que tinha vivido nos EUA, e fiquei de tal modo seduzida que rapidamente decidi aprofundar os meus conhecimentos de gastronomia tailandesa. O passo seguinte foi comprar uns livros numa das minhas viagens a Londres. Os livros são uma excelente forma de aprendizagem, mas melhor ainda é ver fazer. Por isso, fiz umas aulas de cozinha tailandesa na Cozinhomania, ministrados pela cozinheira da Embaixada da Tailândia em Portugal, que nos ensinou as receitas, alguns hábitos, indicou onde comprar os ingredientes menos comuns e deu algumas dicas de substituição. Esta receita de satay foi-me ensinada por ela e continua a ser uma das minhas favoritas. Pode ser feita com camarões, porco ou frango. Regra geral, este prato aparece na maioria dos restaurantes tailandeses como entrada, mas costumo servir como prato principal. Na verdade, estas espetadinhas fazem parte da famosa street food tailandesa, podendo ser consumidas a qualquer hora.

Ingredientes:

800 g de peitos de frango

Marinada:

4 colheres de chá de pó de caril tailandês*
(pode usar indiano com picante médio)
½ lata de leite de coco
1 colher de sopa de açúcar
4 colheres de sopa de molho de peixe*

Molho de amendoim:

100 g amendoins sem sal (usar torrados)
1 cebola
4 dentes de alho
3 a 5 malaguetas secas
(depende do grau de picante que preferir)
3 colheres de sopa de molho de peixe*
2 colheres de sopa de vinagre
½ lata de leite de coco
2 a 3 colheres de sopa de açúcar


Cortar o frango em cubos pequenos ou tiras. Deixar na marinada 24 horas. Escorrer o frango, colocar nos espetos (antes de colocar o frango passe os espetos de madeira por água para não queimarem no grelhador). Grelhar. Servir com o molho de amendoim, acompanhado com arroz glutinoso (ou se preferir, use arroz basmati que é de preparação mais simples e rápida).

Preparação do molho de amendoim:

Triturar o amendoim na picadora ou robô de cozinha até que fique em pasta. A seguir, triturar a cebola, o alho, as malaguetas. Numa caçarola, aquecer o óleo e juntar o preparado de cebola. Deixar libertar os aromas. Juntar o leite de coco, a pasta de amendoim, o molho de peixe, o açúcar e o vinagre. Deixar ferver, mexendo sempre. Se achar que o molho está demasiado espesso, juntar água.

Nota: o meu molho ficou um pouco esbranquiçado, porque enganei-me e comprei amendoins sem serem torrados. Opte pelos torrados.

* Pode comprar estes ingredientes na loja de produtos asiáticos do Poço do Borratém (entre a Rua da Madalena e o Martim Moniz).

13/09/10

Rolinhos de salmão fumado com queijo creme e wasabi


Ando completamente numa "onda" de entradas, mas achei que faziam falta neste blogue. A receita é de um dos meus chefs favoritos, o neozelandês Peter Gordon. Limitei-me a substituir o cebolinho pelo wasabi. Este é um dos casos em que o nome da receita dá a conhecer praticamente todos os ingredientes. ;-)


Ingredientes (10 a 12 rolinhos):

4 fatias de salmão fumado
2 folhas de algas
125 g de queijo creme (usei Philadelphia)
1 colher de chá de wasabi em pó ou em pasta
Limão

Misturar o queijo creme com o wasabi. Estender a folha de alga, borrifando com um pouco de sumo de limão para amolecer. Dispor as duas fatias de salmão, juntar mais uns pingos de sumo de limão, e barrar com o queijo creme. Enrolar. Repetir a operação com a outra folha de algas. Levar ao frigorífico uns 20 minutos. Cortar os rolinhos do tamanho desejado, preferencialmente com uma faca bem afiada (que se vai passando por água após cada corte). Servir simples ou acompanhados por tostas.


Se quiserem espreitar mais uma receita do chef Peter Gordon, cliquem aqui.

10/09/10

Ceviche de carapau com manga


Esta foi mais uma das entradas que os meus amigos M e AP confeccionaram no fim-de-semana passado. Uma maravilha... O que não é de admirar, pois além da toda sabedoria culinária que têm, são verdadeiros especialistas em acepipes com peixe cru (como sushi), usando sempre produtos de exímia qualidade e frescura, comprados no mercado de Évora ou no de Setúbal.

Ingredientes:


500 g carapaus
1 manga (ou abacate)
Sumo de 1/2 limão
Sumo de 2 Laranjas
Sumo de 1 ou 2 limas
Hortelã, coentros e salsa frescos e picados
Sal (facultativo, sinceramente acho que não é necessário)
Se gostar de picante, junte umas gotas de Tabasco ou uma malagueta picada.


Arranjar os carapaus, retirando pele, cabeça e espinhas e cortando a carne em pedaços. Cortar a manga em cubos. Juntar tudo num recipiente de vidro, cobrindo com o sumo dos citrinos. Finalizar com as ervas picadas. Deixar marinar durante 30 minutos a 1 hora no frigorífico.

08/09/10

Três entradas estivais (rápidas e saborosas)


No passado fim-de-semana, rumei a Évora para visitar uns queridos amigos que, tal como eu, se perdem por petiscos, e por dois dedos de conversa. Foram horas bem passadas, muita comidinha boa – eles cozinham muito bem e têm sempre ideias novas para partilhar comigo – , caipirinhas, cerveja e vinho para animar a festa, e amena cavaqueira. No sábado, jantámos umas codornizes recheadas, que tenho que replicar muito brevemente, pois estavam divinais. No domingo, brindaram-me com as melhores sardinhas de que tenho memória.


Deixo-vos aqui algumas das entradas que me foram oferecidas (e que adorei!). Frescas, fáceis de confeccionar e saborosas, óptimas para um dia quente de Verão, ideais para “abrir as hostilidades” de uma bela sardinhada.


Melancia com feta

As quantidades são q.b. Cortar a melancia em cubos, juntar com queijo feta esfarelado, polvilhar com pimenta preta e enfeitar com hortelã.



Azeitonas com queijo de cabra

Numa tigela, juntar as azeitonas e o queijo de cabra alentejano cortado aos cubos. Regar com uma dose muito generosa de azeite (preferencialmente de Moura). Temperar com orégãos.



Figos com presunto e queijo

Lavar e cortar os figos ao meio. Num palito, prender uma metade de figo, colocar um pedaço de presunto e uma fina fatia de queijo curado alentejano (aquele meio picante). Numa travessa, dispor os figos e regar com um fiozinho de azeite.

06/09/10

Bolo de iogurte com sementes de papoila (cobertura mascarpone e limão)



Este bolinho da minha querida amiga Laranjinha é de êxito garantido. É fofo, saboroso, fácil de fazer e rende bastante (dá para cerca de 15 fatias). Além disso é versátil: comido simplesmente com um chá, fica perfeito, se lhe pusermos uma cobertura (como decidi fazer), é uma sobremesa perfeita para uma refeição festiva. Foi a minha contribuição para um fim-de-semana gastronómico em casa de amigos muito especiais.



Ingredientes:


1 iogurte natural (125 gramas = 100 ml)
6 ovos
3 copos de iogurte de açúcar
3 copos de iogurte de farinha
1 copo de iogurte mal cheio de óleo
2 colheres de chá de fermento em pó
Raspa de 1 limão
3 colheres de sopa de sementes de papoila


Cobertura:


300 g de queijos mascarpone
Raspa de 1 limão
Sumo de 1 limão
3 colheres de sopa de açúcar

Nota: uma embalagem normal de mascarpone (250 g) dá perfeitamente para cobrir a parte superior do bolo; neste caso, reduza o açúcar para 2 colheres de sopa. Usei 300 g, pois era uma embalagem promocional, e deu para cobrir o bolo e servir as fatias com uma colherzinha de creme a acompanhar.

Bater as gemas com 2 copos de açúcar. Adicionar o iogurte, o óleo e a raspa de limão. Bater as claras em castelo bem firme e juntar 1 copo de iogurte de açúcar. Adicionar as claras ao preparado anterior, alternadamente com a farinha e o fermento em pó. Por fim, juntar as sementes de papoila. Levar ao forno pré-aquecido a 180 graus, em forma untada manteiga e polvilhada com farinha – uso sempre spray desmoldante.

Para fazer a cobertura, basta misturar bem o mascarpone com sumo e a raspa do limão e o açúcar, até dissolver o açúcar. Conservar no frigorífico. Só cobrir o bolo depois de estar completamente frio.


03/09/10

Doce de tomate com cravo e canela


Com o objectivo de perceber as diferenças de consistência, tempo e sabor entre a preparação das compotas de modo tradicional e com recurso à máquina de pão (mfp), decidi este ano preparar o doce do tomate das duas formas.

Para a preparação na máquina de pão, usei açúcar gelificante, um açúcar misturado com uma dose de pectina. Com este produto, que se adquire no supermercado Aldi, a compota fica com a consistência desejada, sem  ferver muito, nem evaporar os sucos – como consequência, o doce rende mais.


O sabor da compota na mfp ficou bastante bom. A consistência é diferente da compota tradicional, mas é igualmente agradável. A mpf é uma boa opção, sobretudo para o Verão, quando o calor pode aniquilar rapidamente o nosso entusiasmo (não é fácil estar ao fogão, a mexer compota durante 1 ou 2  horas, com uma temperatura de 40 graus).

Quanto às desvantagens, vejo duas. Primeiro, é provável que sem o açúcar gelificante – ou seja, com o açúcar tradicional – a receita não resulte tão bem. Através de outros blogues, soube que, com o açúcar normal, para o doce ficar “no ponto”, algumas vezes era preciso fazer o programa de compotas 2 vezes. Deste modo, no caso da máquina que uso, seriam necessárias 2h40. É um exagero. Ainda assim, há pessoas que se queixam de que o doce fica líquido. Nota: a minha máquina (do Lidl) só tem receitas de doce com o açúcar gelificante.


Segundo, a capacidade da mfp é limitada. As receitas indicadas nas instruções apontavam para 500 g de polpa de fruta e 500 de açúcar e, mesmo que se reduza a quantidade de açúcar não convém aumentar proporcionalmente a quantidade de fruta, pois a polpa liberta sucos e inevitavelmente respinga. Se colocarmos muito mais do que a dose indicada, corremos a risco de danificar a mfp.


(A compota na mfp é a que está na tosta e no recipiente do lado direito.
A feita na mpf fica mais baça e com consistência mais gelatinosa,
a tradicional fica brilhante e vítrea e com consistência mais "caramelizada")



Receita na mfp:

500 g de tomate (limpo de pele e de sementes)*
300 g de açúcar gelificante
Sumo de meio limão
1 pau de canela
2 cravos da índia


Cortar o tomate aos pedacinhos pequenos (se preferir triture-o na varinha mágica). Colocar todos os ingredientes na mfp. Ligue no programa compotas. Quando terminar, retire e guarde em frascos esterilizados. O doce parece estar demasiado líquido? Não se assuste, deixe arrefecer e vai ver que fica na consistência desejada.

Receita tradicional:

1 kg de tomate (limpo de pele e de sementes)*
500 g de açúcar
Sumo de 1 limão
3 cravos da índia
2 paus de canela

Num tacho, juntar os ingredientes e cozinhar, mexendo regularmente com uma colher de pau, até adquirir a consistência de compota (com estas quantidades, a compota esteve ao lume aproximadamente 1h30). Para verificar a consistência, tire uma colher de doce para um prato e deixe arrefecer. O doce quando está quente parece sempre mais líquido do que ficará depois de frio. Quando estiver “no ponto”, retire e guarde em frascos esterilizados.

Dicas


*Para retirar a pele ao tomate, faça um corte ligeiro em forma de cruz na extremidade oposta ao pedúnculo. Coloque o tomate numa tigela que aguente calor e deite água a ferver por cima. Deixe uns minutos. Depois a pele sai muito bem.


Há quem triture a fruta antes de fazer a compota, mas muito francamente, gosto de usar a fruta inteira, ou aos pedaços. No entanto, se triturar a fruta, a compota ficará com mais consistente.


O açúcar gelificante pode ser usado na preparação das compotas no fogão, reduzindo substancialmente o tempo de confecção.


Caso não encontre açúcar gelificante, para obter resultados similares use 7 g de pectina em pó por cada 500 g de polpa. A pectina compra-se nas dietéticas (Celeiro, etc.). Actualização: Esta é uma quantidade indicativa. A quantidade de pectina necessária varia consoante a fruta que usar (há frutas que têm mais ou menos pectina), consoante a acidez da fruta (mais ácida, menos pectina) e consoante a quantidade de açúcar (mais açúcar, menos pectina). Além disso, convém sempre seguir as recomendações que estão na embalagem da pectina de compra.


Ao juntar sumo de limão, a compota atinge a consistência desejada mais facilmente, pois o limão funciona como gelificante. O seu uso aconselha-se quando se usam frutas com pouca pectina (como os morangos e o melão). Os marmelos e as maçãs, por exemplo, têm muita pectina.


Encontrei este artigo bastante interessante e útil sobre a matéria. Actualização: esta página também tem informação útil.