31/05/10

Bolos lêvedos de São Miguel


Apesar de andar sem muito tempo para cozinhar, este fim-de-semana lá consegui, graças à preciosa ajuda da máquina do pão, fazer estes deliciosos bolos lêvedos. A receita é da Nani, a micaelense que comanda o blogue Manjar de ideias doces. Ficaram óptimos!


Ingredientes para 8 ou 9 bolinhos:

500 a 550 g farinha de trigo 55
125 g manteiga (de preferência açoriana!)
125 g de açúcar
20 g de fermento de padeiro
2 dl de leite
Raspa de 1 limão
2 ovos

Na cuba da máquina de pão, deite o leite tépido e, a seguir, o açúcar e o fermento esfarelado. Junte os ovos batidos (convém que estejam à temperatura ambiente) e, depois, a manteiga amolecida. Junte a raspa de limão. Por fim, deite 500 g de farinha na cuba.

Ligue o programa massas da máquina de pão. Vigie o amassar, pois é provável que tenha que juntar mais um pouco de farinha, mas faça-o usando uma colher de sopa, para ir testando o ponto da massa a pouco e pouco (eu juntei mais 50 g, ou seja, cerca de 4 colheres de sopa). Depois de amassar, desligue a máquina, mas não abra a tampa máquina, deixando o pão levedar cerca de 30 minutos.

Faça bolas do tamanho de 1 laranja e disponha num tabuleiro polvilhado com farinha, deixando mais repousar 30 minutos. Pegue em cada uma das bolas e achate-as. Numa frigideira antiaderente, cozinhe os bolos em lume brando, de um lado e do outro. Atenção: para que não queimem, o lume tem de estar mesmo baixinho. Deixe arrefecer numa grade. Adoro comer estes pãezinhos com queijo, ao lanche ou ao pequeno-almoço. Mas desta vez, lá em casa, comemo-los ao jantar com um hambúrguer caseiro no meio e uma salada para acompanhar. Ficou uma delícia!

24/05/10

Ovos de codorniz com crosta de frango



Aqui vai mais um petisco feito com os ovos de codorniz oferecidos pela Suzana. Lá em casa, comemos como entrada, mas esta receita também dá para servir como prato principal, acompanhada por salada.

Ingredientes:

12 ovos de codorniz
1 cebola pequena (é mesmo pequena!)
300 g de peito de frango picado
½ limão
Salsa picada (usei manjericão seco)
Farinha
Pimenta
Sal
1 ovo de galinha
Pão ralado
Óleo para fritar

Cozer os ovos de codorniz num tacho com água e sal. Deixe ferver cerca de 4 minutos. Escorra-os e descasque-os (se der uma pancadinha na mais larga, é mais fácil tirar a casca).

Pique a cebola e o frango na picadora ou robô de cozinha. Perfume com raspa da casca de limão e salsa picada. Tempere com sal e pimenta e misture bem. Junte a farinha necessária para conseguir manusear – a receita original aponta para cerca de 30 g de farinha, mas como achei que a massa ainda estava mole, optei por adicionar um pouco de pão ralado. Atenção: no Verão, é natural que seja mais difícil manusear as almôndegas, se for preciso, antes de recheá-las, ponha a mistura de carne uns minutos no frigorífico.

Tire uma porção de carne, espalme entre as mãos e, no meio, coloque um ovo. Feche as extremidades e molde em bolas do tamanho de almôndegas. Passe as bolinhas por farinha, depois por ovo batido e, por fim, por pão ralado. Frite em no óleo quente até estarem douradas e escorra sobre papel absorvente.

Fonte: site da Vaqueiro

14/05/10

Gelado de Nutella (creme de chocolate e avelã)


Gosto muito de receitas rápidas, de simples confecção e deliciosas. São sempre um trunfo para dias de preguiça, para visitas inesperadas, ou para festas em que temos que preparar mais pratos do que é hábito. Esta é uma dessas receitas. Claro está que, quem tem máquina de gelados, em poucas horas terá sobremesa, quem não tem, terá que planear fazer o gelado com boas horas de antecedência.

A receita foi retirada do Tachos de Ensaio, da minha querida amiga Marizé, que anda desaparecida há alguns meses da blogosfera. Espero que ela volte rapidamente para lhe poder continuar a roubar receitas maravilhosas.

Sugestões: o gelado pode ser servido como a Marizé fez, como recheio de crepes, ou pode usá-lo num affogato, juntando, num copo largo ou taça, uma bola de gelado, um fio de rum dourado e uma chávena de café forte.

Ingredientes:


1 lata (410 g) de leite evaporado frio
350g de Nutella (à temperatura ambiente)
50 ml de natas espessas frias
(não estava na receita original, mas juntei-as para cortar um pouco de doce)


Se tiver máquina de fazer gelados: bata todos os ingredientes com a varinha mágica e verta-os na máquina de gelados. Proceda de acordo com as instruções do fabricante. Guarde o gelado no congelador em recipiente apropriado.

Procedimento sem máquina: bata o leite evaporado até obter um líquido mais espesso e espumoso. Junte o creme de chocolate e avelãs e as natas e bata até ficar homogéneo. Para obter um gelado cremoso e evitar a formação de cristais de gelo, colocar o creme no congelador e, quando este começar a dar sinais de que está a congelar, retirá-lo e batê-lo na batedeira, levando-o novamente ao congelador. Esta operação deve ser repetida 3 ou 4 vezes.

Retire o gelado do congelador 15 minutos antes de o servir.

12/05/10

"Jantarinhos" de ovos de codorniz com presunto


Já há algum tempo que me apetecia fazer umas receitas com ovos de codorniz. Para meu gáudio, a minha querida amiga Suzana leu-me os pensamentos e ofereceu-me ovos de codorniz (lindos e caseiros). A primeira sugestão que aqui vos deixo é usá-los como petisco ou entrada. Quando eu era miúda, a minha avô paterna chamava "jantarinhos" aos petiscos feitos com pedacinhos de pão que comíamos ao lanche... Daí o nome.



Ingredientes


Ovos de codorniz
Presunto
Pão (adocicado tipo pão-de-leite ou brioche)
Maionese


Cozer os ovos de codornizes em água com sal durante 4 minutos. Passá-los por água fria e descascá-los. Reservar. Cortar as fatias de pão (finas), tirar a côdea e tostar o pão ligeiramente. Cortar o pão em quadrados. Barrar cada quadrado com um pouco de maionese, por cima colocar um pedacinho de presunto e, no topo, o ovo de codorniz. Prender com um palito (ou produto congénere). Fácil, não é?

10/05/10

Pão-de-leite


Comprei uma máquina de pão recentemente e, depois de fazer alguns pães com farinhas já preparadas, lá decidi lançar-me à aventura e fazer pão à séria! Uma aventura de riscos controlados, que eu gosto de inventar, mas não gosto de desperdiçar… por isso, fui buscar uma receita de quem sabe destas coisas: a senhora dona Gasparzinha. Um destes dias faço um pão todo bonito como o dela, mas para primeira experiência, optei pela versão mais tradicional (chamem-lhe miúfa... hehehe).

Ingredientes:

250 g de leite (à temperatura ambiente)
1 colher de chá de sal
50 g de manteiga
50 g de açúcar
500 g de farinha
15 a 20 g de fermento de padeiro
(como não tinha, usei 1 ½ colher de chá de fermento liofilizado Ramazotti)

Coloque os ingredientes na máquina, pela ordem indicada na lista de ingredientes, e seleccione o programa “Doce” (pão doce). Seleccione o peso (750 g) e o nível de “tostagem” desejado (médio). Quando acabar de levedar, e passar à fase de cozedura, pincele o pão com um pouco de leite morno. Depois de cozido, desenforme e deixe arrefecer numa grelha.

Se preferir, coza o pão no forno. Para tal, molde-o no formato desejado (em bolinhas, ou coloque-o numa forma de bolo inglês), deixe levedar em local resguardado até dobrar de volume. Pincele o pão com leite morno e leve-o a cozer, em forno pré-aquecido a 200 graus, cerca de 30 minutos. 

Nota: gosto especialmente deste pão torrado, pois acentua-se o seu sabor adocicado.

07/05/10

Paladares Algarvios: tradição e modernidade

A viagem que fiz a terras algarvias, a convite da ASA, foi também uma excelente oportunidade  para descobrir a gastronomia daquela região. Até então, as minhas experiências gastronómicas no Algarve não eram dignas de registo, com honrosas excepções (o restaurante Ideal em Cabanas, o 4 Águas em Tavira). No entanto, orientada por conhecedoras (a Margarida e a Ana), deliciei-me com refeições espantosas, elaboradas com produtos fresquíssimos da região, confeccionadas com a mestria de quem ama aquilo que faz... Descobri um Algarve gastronómico, onde a modernidade e tradição se conjugam na perfeição, para gáudio do nosso palato. Não me esquecerei da comida e, sobretudo, da simpatia com que fomos tratadas.


No restaurante Salinas do Hotel Vila Galé Albacora, degustámos um menu assinado pelo Chef João Santos, especialmente para o Festival de Gastronomia do Mar. O Polvo suado em chá de flor de laranjeira, com crepes de estupeta de atum inaugurou o repasto com originalidade, seguiu-se o Duo de porco preto e barriga de atum com arroz de polvo, um prato principal absolutamente surpreendente, já as Azevias (empanadilhas, como as denominam no Algarve) de batata-doce com gemada de café encerraram brilhantemente este verdadeiro festim. Não sou especialista na matéria, mas deixo aqui uma nota para dois vinhos da região que muito apreciei: o rosé Quinta do Barranco Longo e o tinto Fuzeta.

(conquilhas: foto Mónica Pinto do Pratos & Travessas)

Em Cacela Velha, jantámos n’ O Costa uma refeição bem tradicional. A vista sobre a ria é esplendorosa, mas como a noite estava fria, acabamos por nos instalar no interior. Ainda me vem à memória o aroma a mar das ostras frescas e das conquilhas, que abriram as hostilidades. Depois, experimentámos as especialidades da casa: arroz de lingueirão e cataplana. Para finalizar, deleitei-me com um dos meus doces algarvios preferidos, o D. Rodrigo, e ainda arranjei um espacinho para provar a magnífica tarte de alfarroba escolhida pela Laranjinha.


A Ver Tavira foi o restaurante eleito para recuperarmos forças, depois de um safari pela serra. Com uma vista belíssima sobre a cidade, é um espaço acolhedor, decorado com bom gosto, onde se come muito bem e os produtos regionais brilham numa ementa original e moderna.

O polvo de Santa Luzia com batata-doce de Aljezur, servido também com curgetes e pimentos, deixou-nos rendidas (acho que detectei um exótico toque de leite de coco, mas não posso jurar). Para prato principal, houve quem optasse pelo bife de atum, mas a escolha da Margarida revelou-se perfeita: peito de frango recheado com morcela, acompanhado com açorda de amêijoas. Divinal. A sobremesa, a meu ver, foi a melhor que comemos nesta viagem, perfeita para o calor que se fazia sentir, um casamento feliz de produtos típicos da região: coulant de alfarroba com gelado de poejo.

(polvo e salada de ovas: fotos da Margarida do Figo Lampo)
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No sábado à noite rumámos à Praia Verde para conhecer o restaurante panorâmico Infante, onde, além de comermos principescamente, assistimos a uma verdadeira lição de saber receber algarvio, ministrada pelo Sr. João Coelho. Aqui os produtos regionais são tratados com grande respeito.

Para começar, salada de atum fresco, de uma maciez surpreendente, salada de ovas, deliciosa, e polvo al guilo, tenríssimo. O início da refeição era prometedor e as expectativas não saíram goradas neste desfile de boa comida. Seguiu-se o melhor arroz de lingueirão de que tenho memória, estava no grau perfeito de cozedura, malandrinho, temperado na justa medida para que reinasse o sabor a mar do lingueirão. Quando pensávamos que já tinha acabado, o Sr. João Coelho surpreendeu-nos com uma caldeirada com aroma a poejo, em que se destacava a frescura e a variedade de peixes e mariscos. Nem sei como é que tivemos espaço para debicar o “pijama” de sobremesas que encerrou este lauto banquete!


(caldeirada: foto da Laranjinha do Cinco Quartos de Laranja)

O almoço dominical de despedida, foi em S. Brás de Alportel, no alpendre do restaurante Fonte da Pedra, onde, acompanhadas pela simpática Cláudia Guerreiro, saboreamos uma excelente refeição internacional... O que prova que no Algarve há lugar para outras gastronomias, além da tradicional. De entrada, gambas fritas com um molho absolutamente fantástico, um convite para molhar o extraordinário pão algarvio; para pratos principais, houve bacalhau assado e tornedó com queijo de cabra e batatas gratinadas. Muito bom!


05/05/10

Salada de favas com feta e especiarias


A blogosfera culinária portuguesa foi “atacada” por uma onda verde (eu sei que estou a ser facciosa... mas sou do Sporting desde de tenra idade ;-)). Deliciosas receitas de favas tomaram de assalto os ecrãs dos nossos computadores... E eu não quis ficar atrás, até porque, como aqui já disse, adoro estas leguminosas e há que aproveitar a época em que elas estão no seu auge!



Ingredientes para 2:


1 chávena de favas cozidas (eu usei sem casca, mas pode ser com)
¾ chávena de cuscuz (por cozer)
¾ chávena de água (para cozer o cuscuz)
10 azeitonas
75 g de queijo feta
Zest de ½ limão
(se não tiver um zester – aquele utensílio que corta a casca de limão em tiras finíssimas –, use raspa)
Cominhos em pó
Paprica
Vinagrete de mel (azeite+vinagre+mel)


Cozinhe o cuscuz de acordo com as instruções da embalagem (regra geral, a embalagem manda deitar o cuscuz em água a ferver e levar novamente ao lume, mas eu nunca o cozo ao lume, prefiro deixá-lo cozinhar por si no calor da água fervida, bastando tapá-lo e esperar uns 5 minutos). Juntar o cuscuz cozido, as favas cozidas, as azeitonas descaroçadas e cortadas ao meio e o zest (ou raspa) de limão. Temperar com cominhos, paprica e o vinagrete de mel. Misturar. Por cima, deitar o queijo feita desfeito grosseiramente.



Nota: o zest (ou raspa) do limão dão um sabor muito especial a esta salada, aconselho a que seja usado.

Outras receitas com favas, de blogues deliciosos:

03/05/10

Crumble de ruibarbo e de morango


Há cerca de um ano, uma leitora lançou-me o desafio de cozinhar com ruibarbo. Passou bastante tempo, mas não me esqueci do pedido... Aqui está uma receita, especialmente dedicada a ela, Sónia D. Espero que goste.

O ruibarbo foi comprado no Pingo Doce, foi a primeira vez que vi à venda neste supermercado. Já me tinha dito que, de quando em vez, há no Corte Inglès. Não sei se as lojas de produtos biológicos (MIosótis, Biocoop) terão...




Ingredientes


250 g de ruibarbo
250 g de morangos
2 colheres de sopa de vinho do Porto
75 g de açúcar
2 colheres de sopa de maisena

Crumble:
140 g de farinha com fermento
70 g de açúcar mascavado claro
85 g de manteiga
50 g de amêndoa (picada grosseiramente – usei com casca)


Notas: as folhas do ruibarbo são venenosas, só se usa o caule.
Em algumas receitas, é aconselhado que se descasque o ruibarbo, eu retirei as fibras que me pareceram mais duras (das pontas). Na verdade, apesar de fibroso, o ruibarbo fica rapidamente tenro, e em três tempos desfaz-se. Daí que também não me pareça necessário fazer uma espécie de compota antes de montar o crumble, como ditava a receita que me serviu de inspiração.

Lavar o ruibarbo e descartar as partes mais fibrosas. Arranjar os morangos. Num recipiente de ir ao forno, dispor o ruibarbo cortado aos pedaços e os morangos em metades. Por cima, deitar o vinho e o açúcar. Misturar. Polvilhar com a farinha. Misturar. Fazer o crumble, juntando todos os ingredientes secos. No fim, adiciona-se a manteiga fria, cortada em cubos. Mistura-se com os dedos até ficar uma massa de consistência arenosa. Dispor o crumble por cima dos morangos e do ruibarbo. Levar ao forno, pré-aquecido a 200 graus, durante 30 minutos.