29/10/10

Fofos de Frango e de linguiça



Esta é uma receita fácil, muitíssimo versátil, ideal para “reciclar” restos de guisados, assados e de cozidos; fica bem com peixe, carne, aves ou vegetais e, muito importante, agrada a gregos e a troianos, miúdos e graúdos. Faz-me lembrar o que os brasileiros apelidam de tortas do liquidificador, neste caso em versão individual. Vi-a pela primeira vez no magnífico Sabores de Canela e, tive o privilégio, de provar estes fofos feitos pelas mãos sabedoras da Helena (prof Helena, obrigada pelas aulas privadas de fotografia...um dia chego lá!). A receita original é da Vóvó Né e encontra-se aqui.


Massa
250 gr de farinha
2 colheres de chá de fermento
1 colher de café de sal fino
25 g de manteiga
50 g. de azeite
250 g de leite
2 ovos


Recheio
(adaptei o recheio da Helena aos ingredientes que tinha em casa)


150 a 200 g frango limpo de peles e ossos (usei restos de frango assado)
100 g de alho francês
1/2 cebola
1 dente de alho
2 tomates (usei tomate pelado)
Azeite q.b.
1 dl de vinho branco
50 g de linguiça açoriana (pode usar chouriço ou bacon)
Salsa a gosto
Sal e pimenta q.b. (não usei, o frango assado e a linguiça já tinham conferido tempero suficiente)


Em azeite, alourar a cebola cortada em finas meias-luas, o alho francês fatiado, o alho e a linguiça aos pedaços. Juntar o tomate, o frango desfiado e o vinho. Deixar apurar. Temperar a gosto e juntar a salsa. No robô de cozinha, ou picadora, moer o recheio, tendo o cuidado de não triturar demasiado. Reserve. No robô de cozinha, ou com a varinha mágica, misturar todos os ingredientes da massa (fica uma massa fluida). Em forminhas de empadas ou de queques (usei de silicone) previamente untadas, deite uma camada de massa, depois uma camada de recheio e, por fim, outra camada de massa. Levar ao forno cerca de 20 minutos. Dá para 16 a 20 "bolinhos" (depende do tamanho das forminhas).


Nota: se sobrar recheio, use-o, por exemplo, numa omeleta.

26/10/10

No reino da infância: moelas estufadas


Este gosto por comer estava certamente inscrito no meu código genético, caso contrário como é que é possível que, com 3 anos, ficasse com aftas por comer queijo S. Jorge ou que, aos 4, propusesse aos meus pais: “Vamos pesticar?”. Traduzindo para linguagem de adulto: “Vamos petiscar?”. E o que estaria eu, do alto dos meus 4 anos, a sugerir? Que os meus pais partilhassem comigo uma malga de papa Cerelac ? Não! Eu já não era um bebé! Comer gomas? Frio. Isso é demasiado “moderno”... uma fatia de marmelada feita pela avó bastava para nos arrancar o maior dos sorrisos. Uma happy meal no “palhacinho”? Gelado! No meu tempo, o que comíamos eram hambúrgueres caseirinhos, daqueles mesmo só com carninha de vaca, passados por manteiga verdadeira.

O que eu queria é que me levassem à tasca – sim, à tasca. E para quê? Para comer moelas! Ai como eu adorava sentar-me naqueles bancos... Não chegava com os pés ao chão, e ficava com a cabeça ao nível do tampo da mesa, mas ali, na tasca, à mesa com os crescidos, sentia-me bem importante. Molhava o pão no molhinho, lambuzava os dedos, pingava a camisola, limpava a boca com as costas da mão, bebia um golo de Trinaranjus... E, assim, saboreava dos momentos mais felizes da minha infância.



Com esta pequena estória respondo ao desafio da Sofia que comanda um blogue muito especial – bem escrito, bem-humorado, com óptimas receitas – e que acompanho regularmente. Ha'baday tu iu (feliz aniversário) No Reino da Prússia!

Ingredientes:


750 g de moelas
2 colheres de sopa de azeite
1 folha de louro
1 cebola
1 dente de alho
1 dl de vinho branco
1 dl de vinho do Porto
1 lata de tomate pelado (só os tomates)
Sal
Massa de malagueta (molho picante ou piripiri)
1 pitada de cominhos


Nota: que me perdoem os mais puristas, mas costumo usar a panela de pressão para agilizar o processo. Só há que ter cuidado para não deitar demasiado líquido, caso contrário, as moelas não ficam apuradinhas e com o molhinho espesso.



Limpar muito bem as moelas e cortá-las a meio (se forem grandotas). Refogar a cebola e o alho no azeite. Juntar o louro e as moelas e deixá-las ganhar cor. Adicionar os temperos, os vinhos e os tomates. Depois é fechar a panela de pressão, deixar apitar e, a partir do apito, contar 20 minutos. Antes de abrir a panela, não se esqueçam de que o vapor deve ser totalmente libertado. Servir as moelinhas polvilhadas com salsa picada e acompanhadas com pão. É permitido lambuzar os dedos!

25/10/10

Destaque no Jornal de Notícias

Na edição de hoje do Jornal de Notícias, a jornalista Cláudia Luís destacou o Three fat ladies, a par do magnífico Gourmets Amadores e do The Love of Food, blogue que a partir de hoje será para mim de leitura obrigatória e que recomendo aos meus leitores. É um orgulho ver o Three fat ladies referenciado, pois quem tem blogues sabe muito bem que este hobbie representa muito empenho. Da investigação à execução da receita, passando pela fotografia da praxe, até ao texto introdutório... são algumas boas horas de "trabalho".

Mas este post serve sobretudo para agradecer a referência e deixar aqui aos leitores do Jornal de Notícias o link para as duas receitas que são destacadas: