26/09/08

Bolo de figos frescos


Alguém aqui vaticinou o final da época dos figos, mas certamente não conhece a árvore teimosa onde o L. os apanha. Apesar de algumas chuvadas, os figos resistem, talvez mais pequenos e não tão doces, mas ainda assim saborosos. A receita que se segue é uma daquelas que se podem chamar interblogues: o bolo foi descoberto pela Laranja com canela, que para cobertura, decidiu resgatar uma calda de figo feita pela Elvira. Confusos? Não importa, passem adiante e saboreiem esta delícia, enquanto eu vou uns diazitos de férias para “terras de sua majestade”.
s
Ingredientes:

175 g de figos
125 g de manteiga (margarina, na receita original, mas a minha costela açoriana não permite essas loucuras)
250 g de açúcar
250 g de farinha
3 ovos
1 colheres de chá de canela
Vinho moscatel q.b. (no original, aguardente)
1/2 chávena de leite
1/2 colher de sopa de fermento em pó
raspa de limão a gosto

Calda:

12 figos
1colher de sopa de açúcar
1 colher de sopa de mel
1 colher de sopa de moscatel (aguardente velha, no original)
.
Retirar o pé aos figos e picá-los na picadora. Numa tigela, bater a manteiga e juntar os figos, o açúcar, a canela, a raspa de 1 limão e o moscatel. Bater muito bem. Juntar os ovos um a um, mexendo a cada adição. Por fim, misturar a farinha e o fermento. Levar ao forno (usei uma forma de 20x26 cm) em forma untada ou em forma coberta com papel vegetal. Como este bolo, volta ao forno depois de se cobrir com a calda, o papel vegetal vai ajudar a retirar o bolo da forma, (dica da Laranja com canela). Eu decidi tomar outro caminho (ainda não conhecia o anterior) e cozinhei o bolo, retirei-o da forma, coloquei-o num tabuleiro, cobri-o com a calda e levei-o novamente ao forno. Escolham o método que preferirem.

Quanto à calda, faz-se assim: numa tigela, misturar o moscatel, o açúcar e o mel e, por fim, os figos cortados em quartos. Deixar repousar por 15 minutos. Picar o bolo com um palito, espalhar por cima a calda e levar novamente ao forno por 10 minutos.

24/09/08

Gelado de mascarpone com canela e frangelico

Foi a primeira vez que utilizei mascarpone num gelado e adorei. Este queijo italiano tem uma versatilidade extraordinária, dando um sabor delicado e uma consistência muito cremosa a qualquer receita: sopas, risotti, gelados, recheios de pratos doces ou salgados, molhos... são inúmeras as possibilidades. A receita, que aconselho veementemente a apaixonados por canela (como eu), foi adaptada do delicioso Trem Bom da Valentina.

Fiz uma quantidade pequena (uma dose para 3 ou 4 pessoas), à laia de teste, pois não segui as proporções da receita original. Além disso, juntei licor Frangelico: achei que o sabor da avelã se conjugaria muito bem com a canela (é verdade) e, por outro lado, o álcool torna os gelados mais cremosos (uma sábia dica da Fer).


Ingredientes:

230 g de mascarpone
½ chávena de água
½ chávena de açúcar
1 pau de canela
3 colheres de sopa de Frangelico (licor de avelã)
1 colher de chá de canela
⅓ chávena de natas espessas

Misturar o açúcar com a água, juntar 1 pau de canela, e levar ao lume até que o açúcar dissolva. Ferver cerca de 3 minutos, juntar 1 ½ colheres de sopa de Frangelico, deixar evaporar. Apagar o lume e juntar a canela em pó e o restante licor (1 ½ colheres de sopa). Deixar arrefecer.

Numa tigela, misturar o mascarpone com as natas. Por fim, acrescentar a calda de açúcar, previamente coada (o objectivo não é eliminar completamente a canela, mas sim tirar um pouco para não se sentir demasiado a sua textura). Colocar na máquina de gelados.

Procedimento sem máquina: para obter um gelado cremoso e evitar a formação de cristais de gelo, colocar o creme no congelador e, quando este começar a dar sinais de que está a congelar, retirá-lo e batê-lo na batedeira, levando-o novamente ao congelador. Esta operação deve ser repetida 3 ou 4 vezes.

22/09/08

Bochechas de porco preto em vinho tinto e especiarias com puré de batata-doce

Nas minhas pesquisas, não encontrei muitas receitas de bochechas de porco preto, mas até foi bom, pois não me deixei condicionar por experiências alheias. Retive, no entanto, uma ideia: esta carne de porco alentejano (muitíssimo saborosa e tenra) conjuga-se bem com vinho tinto. Então, decidi estufá-la, num tacho de barro, com vinho tinto e juntar-lhe as especiarias que habitualmente a minha avó paterna usava na alcatra à moda da Terceira. Ficou uma maravilha, com entrada imediata para o meu Top Ten de receitas!

Já ouviram falar em fusão alentejo-açoreana? Eu também não, mas deve ser qualquer coisa assim:

Estufado:

600 g de bochechas de porco preto
(6 bochechas: 2 por pessoa)
1 cebola
2 ou 3 dentes de alho
Azeite q.b.
2,5 dl de caldo de legumes
2 dl de vinho tinto de boa qualidade
1 pau de canela
5 cravinhos (cravo-da-índia)
8 grãos de pimenta da Jamaica
¼ de colher de chá de cominhos
½ colher de chá de massa de malagueta (ou outro picante a gosto)
1 folha de louro
Sal

Puré:

750 g de batata doce
5 colheres de sopa de natas (usei espessas)
2 colheres de manteiga
Noz-moscada e sal q.b.

Limpar as bochechas do porco preto de peles e gorduras superficiais. Refogar ligeiramente a cebola cortada em meias luas finas e o alho esmagado. Juntar as bochechas e deixá-las cozinhar um pouco. Adicionar o vinho, o caldo e as especiarias. Deixar cozinhar em lume brando cerca de 1h30. Pode ser necessário juntar um pouco mais de caldo. Na hora de ir para a mesa, coem o molho e sirvam-no à parte.

De acompanhamento, decidi-me por puré de batata-doce, cujo adocicado casa na perfeição com o sabor forte deste estufado. Como só me lembrei do puré já muito perto da refeição, acabei por cozer a batata-doce (ao vapor), mas se o fizerem com tempo, experimentem assá-la no forno. Depois de cozida ou assada, é passar a batata pelo passe-vite ou usar o esmagador. Juntar a manteiga, as natas (ou leite) e mexer bem. Rectificar o sal e temperar com noz-moscada. Há quem junte gemas e claras batidas ao puré de batata, mas eu gosto dele assim.

20/09/08

Acabaram-se os figos :(


Esta receita é para aqueles últimos figuinhos do ano ;)

Ingredientes:
figos
mozzarella ou brie ou roquefort
presunto ou pancetta
mel
vinagre balsâmico
azeite
pimenta preta

Abrir os figos em estrela e colocar um pedaço de queijo no centro. Embrulhar os figos com o presunto e colocá-los num tabuleiro. À parte, misturar os restantes ingredientes e de seguida, deitar este tempero por cima dos figos. Levar ao forno até o queijo derreter e o presunto ficar estaladiço.

Não existe receita mais rápida!

19/09/08

Tarte de Atum à moda da minha avó

Esta é uma receita que a minha avó paterna costumava fazer durante as minhas férias de Verão, quando passávamos muitas horas na cozinha entre tachos e panelas, antes ou depois de umas horas – também elas bem passadas – nas praias de água morna e límpida dos mares açorianos. Continuo a passar muitas horas nas belas praias da ilha do Faial, mas as horas passadas na cozinha na companhia da minha avó já só as posso reviver na minha memória.

Publico-a a receita, não só pelo valor sentimental, mas também por considerá-la uma boa alternativa às quiches e tartes mais clássicas, pois o recheio é bem leve, fazendo lembrar um soufflé. Esta tarte pode ainda ser uma boa opção para aproveitamento de peixe cozido ou assado. Quanto à massa, usem uma receita do vosso gosto...eu comprei já feita, perdoem-me mas estava de férias...

Ingredientes:

1 embalagem de massa quebrada (230 g)
2 latas de atum (240 g – peso sem ser escorrido)
1 colher de sopa de manteiga ou azeite
Meia cebola picada
1 colher de sopa de farinha
2,5 dl de leite
3 ovos
1 colher de sopa de salsa picada
Sumo de limão
Sal

Refogar a cebola na manteiga, sem deixar queimar. Polvilhar com a farinha e misturar bem. Verter o leite, aos poucos, mexendo bem para não ficar com grumos. Deixar engrossar. Juntar o atum, previamente escorrido, a salsa picada, o sumo de limão e o sal. Bater levemente as gemas e juntá-las ao recheio de atum. Deixar arrefecer um pouco e juntar as claras batidas em castelo, cuidadosamente. Verter o recheio na massa da tarte e levar ao forno cerca de 30 minutos.

17/09/08

Folhadinhos de ameixa e queijo azul


Queria preparar um amuse-bouche diferente do clássico “tâmaras com bacon”... Decidi copiar uma receita da Elvira (usando a minha brilhante memória): ameixas recheadas com queijo azul... Recheei as ameixas com o dito queijo e, enquanto decidia se as levava ao forno ou não, fui espreitar o Elvira’s Bistrot para verificar o modo de preparação... Procurei, procurei, procurei e lá encontrei a receita, afinal não eram ameixas, mas tâmaras com queijo azul. Voltei para a cozinha e, já que tinha tomado outro caminho (por falta de memória e não por criatividade), decidi “vestir” as minhas ameixas com massa folhada (perdido por um...).

Pode parecer uma história para crianças – sem grande graça, aliás – mas somos adultos e vamos lá ler nas entrelinhas. Parece-me ponto assente que devemos citar as fontes sempre que replicamos uma receita que não é nossa. E quando se trata de pegar na ideia de alguém e dar-lhe novas roupagens ou interpretações? Será legítimo omitirmos a origem das nossas ideias? A minha resposta é uma: esta receita que vos deixo aqui é minha, mas também é, de certo modo, da Elvira, pois embora o resultado seja diverso, a verdade é que ela foi a minha fonte de inspiração.

Deixo aqui a receita, as medidas são a gosto.
d
Ingredientes:
ameixas
(Stilton, Roquefort, Gorgonzola, Cabrales, Danish blue)
massa folhada
1 gema de ovo
x
Fazer um corte lateral nas ameixas secas, retirar-lhes o caroço, recheá-las com um pedacinho de queijo azul e depois é envolvê-las em massa folhada. Pincelar com a gema, para dar uma corzinha, e levar ao forno até dourar. Podem comer mornas ou frias...gostei mais da segunda opção, pois sente-se mais o sabor do queijo. Bom apetite!
x
PS: em resposta ao comentário da Mariana: ficaram muuuiiiito bons!

15/09/08

Tarte de figos e amêndoa

Depois de uma tarte de figo bem estival, aqui segue uma de características outonais... tenho deficuldade em decidir qual delas é a melhor...é uma boa ideia experimentarem as duas. O recheio desta tarte tem um sabor delicado a amêndoas e conjuga-se na perfeição com os figos. A massa demora um pouco a finalizar, já que tem várias idas ao frigorífico, mas é fácil de fazer...vale e pena a espera: o resultado é fantástico. Segui à risca a receita do blogue 64 ft sq Kitchen, quanto à preparação da massa, mas fiz pequenas alterações no recheio (somente quantidades).

Massa:

1 ¼ chávenas de farinha sem fermento
½ chávena de icing sugar
(açúcar em pó com uma percentagem de amido de milho)
¼ colher de sal
½ chávena de manteiga sem sal fria (aprox.110g)
2 gemas
1 colher sopa de natas

Recheio:

Figos q.b.
125 g de amêndoas moídas (pó fino)
⅓ chávena de açúcar
1 colher de sopa de farinha sem fermento
75 g de manteiga sem sal cortada aos cubos
(à temperatura ambiente)
2 ovos

No robô de cozinha, misturar em velocidade baixa, a farinha, o açúcar e o sal. Juntar a manteiga cortada aos cubos e misturar em velocidade baixa durante 20 segundos, até a massa ficar granulada. Com um garfo, bater ligeiramente as gemas e juntar as natas. Verter esta mistura no robô e bater até a massa ficar homogénea. Formar um disco de 15 cm com a massa, envolvê-la em película aderente. Vai ao frigorífico de um dia para o outro ou, no mínimo, 45 minutos.
d
Estender a massa. Colocá-la numa tarteira de fundo amovível com 24 cm de diâmetro (usei uma de 22), previamente untada. Levar ao congelador 20 minutos. Retirar do congelador, cobrir a massa com papel de alumínio e encher com grão seco ou feijões. Levar ao forno a 200 graus, durante 15 minutos, ou até a massa estar seca. Retirar do forno, caso o papel de alumúnio esteja colado à massa (massa ainda húmida), levar mais 2 minutos ao forno e assim sucessivamente até a massa estar seca e o papel sair facilmente (não precisei de seguir este processo, pois ao cabo de 15 minutos a massa estava “no ponto”). Baixar o forno para 180 graus. Retirar o papel de alumínio e os pesos e levar ao forno mais 5 minutos.

Entretanto, preparar o recheio. No robô de cozinha, primeiro, misturar as amêndoas com o açúcar, depois juntar a farinha, a manteiga e os ovos e processar tudo. Espalhar o recheio na tarteira e colocar os figos, cortados em metades ou às rodelas. Cortei às rodelas (7 figos), mas depois achei que ficaria melhor se tivesse seguido a receita original, pois saberia mais a figo: usar 10 figos, cortados em metades e dispostos em dois círculos.

Levar ao forno entre 30 a 35 minutos (cozinhei 30 minutos em forno normal e 5 minutos no grill para dourar e sobretudo caramelizar um pouco os figos). Deixar arrefecer até retirar da tarteira.

12/09/08

Pie de carne com legumes e cogumelos

As minhas férias foram marcadas por várias experiências, esta foi mais uma: pie. Nunca tinha experimentado, pois tinha como hábito fazer as tradicionais tartes ou quiches, mas esta é uma óptima alternativa.
Mais um receita retirada da revista Saberes e Sabores nº 173 – Julho de 2008.

Ingredientes:
2 cebolas
50 g de margarina
2 dentes de alho
300 g de carne picada
1 colher de polpa de tomate
250 g de mistura de vários cogumelos
1 courgette
sal
pimenta
ervas de Provença
100 g de milho doce
1 a 2 colheres de sopa de farinha
2,5 dl de molho Bechamel
3 ovos
2 placas de massa para tarte

Descascar a cebola e picá-la finamente, colocar num tacho com a margarina, juntar a carne picada e deixar cozinha em lume brando, mexendo para não pegar. Juntar o tomate, os cogumelos (previamente lavados) cortados em pedaços. Lavar a courgette e ralá-la no crivo mais largo do ralador, juntar ao preparado da carne. Temperar com sal, pimenta e uma pitada de ervas (não exagerar nestas ervas pois têm um sabor muito “activo”).
Juntar o milho e a farinha e deixar evaporar toda a água do tacho. Retirar do lume, juntar o molho Bechamel e adicionar 2 ovos, mexendo rapidamente.
Barrar uma forma de 22 cm de diâmetro com margarina e polvilhar com farinha,. Colocar uma das placas de tarte. Cobrir com o recheio de carne e legumes, colocar a outra placa a cobrir e unir as pontas das 2 placas apertando bem com os dedos. Retirar o excesso de massa com uma tesoura. Pincelar a placa com o restante ovo batido e picá-la com um garfo ou ponta de uma faca. Levar ao forno durante 40 minutos ou até ficar dourada.

10/09/08

Tarte de figos e mascarpone com massa de farinha de milho e lavanda


A braços com a anual superabundância de figos em minha casa, declaro oficialmente aberta neste blogue a temporada do figo! A mrs pickles já a tinha pré-anunciado, com o cabeçalho de alusão a esta deliciosa fruta, mas só hoje é que publico a 1.ª de meia dúzia de receitas com a dita.

Esta tarte estival de figos foi adaptada daqui. Não fiz a calda de geleia e mel para pincelar os figos, por achar que ficaria demasiado doce. No entanto, se usarem outra fruta (sei que o figo tem tantos apaixonados, quanto detractores), por exemplo morangos, a calda poderá será uma boa opção.

Massa:

1 ½ chávena de farinha sem fermento
½ chávena farinha de milho
(usei fina, pois não encontrei o tipo de farinha solicitado na receita original)
1 colher de sopa de açúcar
¼ colher de chá de sal
½ chávena de manteiga sem sal, cortada aos cubos (cerca de 115 g)
1 colher de chá de lavanda
(ou 1 ½ colher de sopa de alecrim fresco, conforme receita original)
4 a 5 colheres de sopa de água gelada

Recheio:

Figos q.b.
(de acordo com o vosso paladar, criatividade e quantidade de fruta de que dispõem)
⅓ chávena de sourcream/natas azedas
(usei 1 embalagem de 150 g, pois achei o mascarpone demasiado espesso)
1 chávena de mascarpone (cerca de 225 g)
¼ chávena de açúcar
1 ½ colher de chá de raspa de limão

No robô de cozinha, misturar as duas farinhas, o açúcar e o sal. Juntar a manteiga e a lavanda até a mistura ficar granulada. Verter 4 colheres de sopa de água gelada e misturar até que fique incorporada na massa. Apertar um pedaço de massa entre a mão e, se não se mantiver agregada, adicionar mais ½ colher de sopa de água. Misturar. Caso a massa ainda não tenha a consistência desejada, juntar mais ½ colher de sopa de água.

Colocar a massa numa tarteira (cerca de 25 cm de diâmetro), pressionando com os dedos até que ela se adapte ao formato da tarteira. Com a parte de trás de uma colher de sopa enfarinhada, calcar a massa para que ela adquira a espessura desejada. Aparar o excesso de massa do rebordo da tarteira. Levar ao frigorífico 30 minutos. A seguir, vai ao forno pré-aquecido a 200 graus, entre 25 a 30 minutos.

Para o recheio, é só misturar bem todos os ingredientes numa tigela. Colocar o recheio na tarteira somente quando a massa estiver totalmente fria e dispor os figos a gosto (rodelas separadas, rodelas sobrepostas, metades...).

Nota: esta tarte fica bem melhor quando feita com antecedência. Por isso, 1 dia antes de servir, façam a massa (guardem-na num local fresco) e o recheio (reservem no frigorífico). Montem a tarte 1 ou 2 horas antes de servir e guardem no frigorífico (a massa, como foi feita com farinha mais fina do que a aconselhada na receita original tem alguma tendência para quebrar e uma ida ao frigorífico vai ajudá-la a estabilizar).

08/09/08

Gajar ka halwa (halva de cenoura)


Esta é uma das minhas sobremesas indianas favoritas, mas é raro encontrá-la na ementa dos restaurantes indianos lisboetas. Um bom incentivo para fazê-la em casa, portanto... O halva costuma ser feito com leite gordo, levando muito tempo ao lume até atingir a consistência desejada. Para agilizar o processo, há quem o faça até com leite condensado. Sem dúvida que me agrada tornar a receita mais rápida, mas a ideia de colocar leite condensado, neste caso particular, pareceu-me tremenda... por isso, decidi usar leite evaporado.


Ingredientes:

450 g de cenoura ralada (ralar no momento)
1 ½ colheres de sopa de manteiga
1 colher de spa de óleo
1 lata de leite evaporado (385 ml)
3 ou 4 colher de sopa açúcar (depende da doçura da cenoura e do gosto de cada um)
4 ou 5 cardamomos (vagem)
Sultanas a gosto
Pistachio a gosto (pode usar-se também amêndoa e/ou caju)
Numa caçarola, estufar a cenoura na mistura de óleo e manteiga, até amolecer um pouco. Juntar o pau de canela e o leite. Cozinhar em lume brando, mexendo sempre, até que a cenoura absorva o leite (entre 20 a 30 minutos). Retirar o pau de canela. Quebrar as vagens de cardamomo e esmagar as sementinhas no almofariz até reduzí-las a pó. Picar grosseiramente os pistáchios e as sultanas. Juntar o açúcar, o cardamomo em pó e os frutos secos ao creme de cenoura. Mexer bem e levar ao lume uns minutos. Pode-se servir a halva numa taça, enformar, como eu fiz, ou colocá-la num tabuleiro, deixá-la arrefecer, e servi-la cortada aos quadrados. Come-se quente ou fria, acompanhada de iogurte ou natas frescas batidas (esta parte, dispenso).

Nota: esta sobremesa, assim como é habitual na culinária indiana, leva ghee (manteiga clarificada). Quem não tiver, pode substituir por manteiga normal misturada com óleo. O óleo vai impedir que a manteiga queime.

03/09/08

Entrecosto grelhado com marinada de mel e limão

Este é o tipo de receita que vale pela simplicidade. Como podemos dar um toque diferente a uns pedaços de entrecosto, ao colocar uma boa marinada com mel e limão. É possível fazer receitas “saudáveis” e comuns com um toque de requinte…
Esta receita foi retirada da revista Saberes e Sabores nº 173 – Julho de 2008 (Convém frisar que não somos patrocinadas pela Vaqueiro – mas como não consigo levar todos os livros de culinárias para as férias, optei por uma escolha de revistas da Vaqueiro, daí a algumas das minhas experiências das férias terem sido retiradas daí).


Ingredientes:
800 g de entrecosto
sal
pimenta de moinho
alho de moinho
3 a 4 colheres de sopa de margarina líquida
2 colheres de sopa de mel
1 limão
tomilho fresco

Para o molho:
1 cebola
½ pepino
½ pimento verde
3 tomates maduros
2 colheres de sopa de vinagre
4 colheres de sopa de óleo
sal
pimenta

Temperar o entrecosto com sal, pimenta e alho. Misturar a margarina com o mel e o sumo do limão e deitar sobre o entrecosto. Salpicar com folhas de tomilho e deixar marinar, pelo menos, durante 30 minutos.
Colocar o entrecosto a grelhar (felizmente pude utilizar umas boas brasas, mas se não estiverem ao ar livre podem colocar o entrecosto no forno colocando para tal um tabuleiro com água por baixo da grelha e ir regando com o molho para não secar). A carne fica muito suculenta utilizando apenas este molho. A carne não fica com um sabor doce, mas fica muito mais apetitosa.
Numa tigela colocar: a cebola picada e o pepino, pimento e tomate em cubos pequenos. Esmagar parte do tomate e misturar com o vinagre e óleo. Temperar com sal e pimenta e algumas folhas de tomilho fresco. Acompanhar com o entrecosto.
Podem acompanhar com arroz branco ou com uma boa salada.

02/09/08

Travesseiros com doce de grão e amêndoa

Esta foi a minha primeira experiência com massa filo, cuja iniciação estava a adiar, por pensar que era itarefa difícil. O resultado foi positivo : até achei fácil de trabalhar as folhas (parece que estamos a trabalhar papel, mas muito mais frágil) e o sabor dos travesseiros é divinal.

Ingredientes:
200 g de grão cozido em conserva
Água
1 pau de canela
1 laranja
180 g de açúcar
100 g de amêndoa finamente ralada
6 gemas
5 folhas de massa filo
Vaqueiro liquida
(se não tiverem – que foi o meu caso – derretam
a margarina na altura que faz o mesmo efeito)
Canela em pó
Açúcar em pó

Passar o grão cozido por água para retirar a goma e colocar numa panela. Cobrir com água, juntar o pau de canela e 1 casca de laranja. Levar ao lume e deixar ferver suavemente durante 10 minutos.
Espremer a laranja e colocar o sumo da mesma num tacho com o açúcar. Levar ao lume deixar ferver suavemente cerca de 6 minutos.
Retirar o grão do lume, escorrer a água e com a varinha mágica reduzir a puré. Juntar a calda do açúcar com laranja a este puré e a amêndoa picada. Adicionar as gemas uma a uma, mexendo sem parar entre cada adição. Levar ao lume até engrossar um pouco este puré.
Colocar o doce numa tigela e deixar arrefecer totalmente.
Forrar o tabuleiro de ir ao forno com uma folha de papel vegetal e pincelar esse papel com margarina (para os travesseiros não colarem). Colocar uma folha de massa, pincelar com margarina e cortar em 3 tiras (eu utilizei uma tesoura de cozinha). Dobrar cada tira de massa ao meio, colocar o recheio e voltar a dobrar (para unir as pontas e molhei os dedos em água e passei na massa).
Pré-aquecer o forno nos 200º e deixar os travesseiros a alourar cerca de 10 minutos ou até a massa ficar estaladiça.
Retirar do forno, deixar arrefecer e polvilhar com açúcar e canela em pó (costumo utilizar um passador do leite – coloco o açúcar e a canela que se misturam à medida em que o agito por cima dos travesseiros).
Retirei esta receita da revista Saberes e Sabores nº 167 – Janeiro de 2008.