21/07/14

Caldo de mancarra à moda da Vânia (frango com amendoim)

Caldo de mancarra


Família, amigos, colegas... Estou rodeada de pessoas que adoram comer –  e a maioria gosta de cozinhar.  O que é uma sorte! Não só partilho refeições memoráveis com estas pessoas lindas, como troco receitas, dicas de culinária, sugestões de bons restaurantes e tascas.

Numa das nossas refeições diárias lá no emprego – praticamente todos levamos marmita –, senti um cheiro maravilhoso vindo do prato da minha colega Vânia. Claro que meti logo aqueles olhos de gato das botas e pedi-lhe para provar. O passo seguinte foi  “exigir-lhe” a receita deste prato tradicional da Guiné, país onde ela nasceu e onde eu vivi cerca de 6 meses (há muuuuuitos, muuuuuitos anos...).

Esta é uma daquelas receitas que adoro: saborosa e muito fácil de fazer. Normalmente faço uma boa quantidade, pois dá para congelar uma parte. 

“Forti bianda sabi!”*. Toca a experimentar!
*Que comida tão boa! 

Ingredientes:

1,5 kg de frango 
2 cebolas médias
2 limões (sumo)
1 lata (400 g) de tomate pelado (use só os tomates)
250 g de manteiga de amendoim (ou pasta de amendoim)
1 chávena de água
Sal
Picante

Limpar o frango de peles e gorduras (não é obrigatório, é uma questão de gosto) e cortá-lo em  pedaços. O ideal, para agilizar o processo, é pedir no talho que lhe façam este trabalho.

Num tacho grande, coloque as cebolas cortadas em finas meias-luas. Disponha o frango por cima, regue com o sumo de limão e tempere de sal a gosto. Deixe cozinhar em lume brando.

Entretanto, faça o molho, batendo com a varinha mágica os tomates, a manteiga de amendoim e 1 chávena de água a ferver.  Junte-o ao guisado, quando o frango estiver branco por fora, mas ainda não esteja cozinhado.  Tempere com picante a gosto.

Cozinhe em lume brando até o frango ficar cozido. Mexa com frequência, pois o molho é espesso. Se achar necessário, adicione um pouco de água a ferver durante a cozedura. 

Sirva acompanhado com arroz branco. 

14/07/14

Peixinhos da Horta (e uma refeição de petiscos n' A Charcutaria)

Peixinhos da horta

Já várias vezes aqui disse que me perco por um bom petisco. Seja no Inverno, acompanhados por um bom vinho, ou no Verão, com uma cerveja estupidamente gelada, não dispenso umas moelas, uns peixinhos da horta, uma salada de polvo, uns carapaus alimados, umas amêijoas à Bulhão Pato, caracóis... é infindável a lista. Por isso, quando fui convidada para almoçar petiscos n’ A Charcutaria, fiquei radiante.

Num ambiente muito acolhedor, com uma vista inspiradora, e um serviço simpático e cuidadoso, a refeição foi memorável: empadas de galinha (as melhores de Lisboa, sem dúvida), pataniscas, pezinhos de borrego em tomate (adorei!, patê de fígado de aves... Provei mais de 10 petiscos executados com mestria sob a batuta do maestro  - e contador de histórias – Manuel Martins,  o proprietário deste restaurante na Rua do Alecrim, em Lisboa.

Além dos tradicionais acepipes da cozinha alentejana, Manuel Martins pegou no conceito de petiscar e levou-o um pouco mais longe, oferecendo pequenas doses de algumas das iguarias tipicamente portuguesas, como feijoada, bacalhau à Brás, polvo no forno, entre outros.

Vale a pena uma visita. Ao almoço há menu a 12,5€, com prato e entrada. Se preferirem, sentem-se ao balcão, e saboreiem uns petiscos bem portugueses. Peçam ao chef para vos surpreender, não vão ficar desiludidos!

Evocando as memórias desta bela refeição n’A Charcutaria, deixo-vos com a receita de um dos meus petiscos favoritos: peixinhos da horta. 

Ingredientes:

350 g de feijão-verde
100 g de farinha
1 colher de café de bicarbonato de sódio
(se usar farinha com fermento não precisa de juntar o bicarbonato)
1 ovo (tamanho L)
1 dl de líquido (usei  metade vinho branco, metade água fria – mas pode usar só água, caso prefira)
1 mão cheia de salsa
½ cebola (cerca de 40 g)
Sal e pimenta qb
Óleo para fritar

Lavar e tirar o fio ao feijão-verde (se o feijão for tenro, provavelmente nem fio tem). Cortar as vagens ao meio no sentido longitudinal. O objectivo é ficar com pedaços com cerca 10 cm  -  gosto dos peixinhos mais pequenos, com cerca de 8 com, por isso, também os cortei ao meio  horizontalmente.

Cozer o feijão-verde com sal em água a ferver cerca de 5 minutos (fica ainda rijinho, pois ainda vai levar a fritura). Escorrer e deixar arrefecer. Entretanto, fazer o polme, misturando a farinha, o bicarbonato, o ovo e o vinho. Juntar salsa e cebola bem picadinhas. Temperar com sal e pimenta a gosto. Juntar o feijão-verde ao polme, misturando com um garfo. Fritar os peixinhos em óleo bem quente. Escorrer em papel absorvente. 


Fotos cedidas por Suzana Parreira, Gourmets Amadores
Petiscos: empada de galinha, sopa de tomate, pezinhos de borrego, petingas em conserva caseira

07/07/14

Caril de Goa

Caril de Goa

Quando vi esta receita no blogue Conversas à Mesa da minha amiga Fátima, percebi imediatamente que era de comer e chorar por mais. Um caril aromático, denso, com um molho espesso... tal e qual como gosto. Também me chamou a atenção pelo facto de ser feito com carne de vaca, ingrediente que nunca tinha experimentado num caril.
Esta receita de família da Fátima – passada pelo primo dela – merece ser partilhada, pois só vos digo que é tão boa que já a fiz umas cinco ou seis vezes no espaço de 2 meses. 

Ingredientes:

1 kg de carne de vaca (para guisar), cortada em cubinhos
2 cebolas médias
2 dentes de alho
2 colheres de sopa de azeite (ou óleo de coco)
1 pedaço de tamarindo (fruto ou pasta) – pode substituir por 2 colheres de sopa de sumo de limão e 1 colher de chá de açúcar
1 lata ou frasco de leite de coco (400 ml)
2 colheres de sopa de coco ralado
Coentros frescos picados (opcional)

Especiarias:

1 folha de louro
1 pedaço de gengibre fresco
2 cravinhos
2 colheres de chá de cominhos
1 colher de sopa de colorau
½ colher de chá de açafrão da Índia (curcuma)
1 malagueta fresca ou 2 secas (ou piri-piri a gosto)
1 colher de sopa de pó de madrasta (madras) ou pó de caril

Em azeite (ou óleo de coco), refogar a cebola, o alho picado, o gengibre ralado e o louro, sem deixar queimar. Juntar a carne e saltear. Temperar com o sal, colorau, cravinho, açafrão, cominhos e o pó de madrasta. Deixar saltear mais um pouco. Juntar o tamarindo (ou o sumo de limão + açúcar) e o coco ralado. Adicionar o leite de coco.

Deixar a apurar em lume brando durante cerca de 1 hora (ou mais) até que a carne esteja bem tenra. Ir verificando, pois durante a cozedura vai certamente precisar de juntar um pouco de caldo de carne/legumes ou água quente. Na hora de servir, juntar coentros picados.

Servir com arroz branco, cozido em muita água com pouco sal. Regar o arroz com um pouco de sumo de limão, quando sair do lume. Escorrer o arroz, passando-o por água corrente fria.

Como diz a Fátima, “ um bom acompanhamento para o caril são os chutneys, a fruta e uma cebola cortada em fatias fininhas, temperada com sal grosso e regada com sumo de 1 limão.”

Receitas de chutney: