30/09/09

4 por 6 – Sopa de pêra e curgetes + Cobbler de tomate

O tomate mereceu protagonismo na minha proposta desta semana, pois além de estarmos na época em que estão mais saborosos, encontrei uns a apenas 30 cêntimos o quilo. Um achado! As duas receitas de hoje são de Mark Bittman (outra vez!) – a sopa de curgetes e pêra já a tinha apresentado, a outra, encontrei-a no Chucrute com Salsicha.




Cobbler de tomate


Este cobbler - de aspecto algo rústico... já para não dizer feiote - é verdadeiramente delicioso. Neste caso, a proposta é que seja o prato principal de uma refeição vegetariana. Mas se lá em casa forem menos de 4 pessoas e restar, podem comê-lo na refeição seguinte como acompanhamento.

Ingredientes:

De 1 kg a 1,300 kg de tomates bem maduros (usei 1,200 kg chucha)
1 colher de sopa de amido de milho
Sal e pimenta
1 chávena de farinha de trigo
1 chávena de farinha de milho integral
(aquela muito amerelinha e de moagem mais grossa do que
a farinha de milho tradicional que compramos no supermercado)
1 ½ colher de chá de fermento em pó
¼ colher de chá de bicarbonato de sódio
4 colheres de sopa (56 ) de manteiga bem gelada cortada em cubinhos
1 ovo batido
¾ chávena de buttermilk*
(1 colher de sopa de sumo de limão + leite magro até perfazer os ¾ de chávena – 180 ml)
½ chávena de ervas frescas picadas
(usei manjericão, tomilho-limão secas e alecrim fresco, a gosto)

*O buttermilk pode ser substituído pelo seguinte preparado (quantidade para 1 chávena, mas eu usei ¾ chávena): 1 colher de sopa de sumo de limão à qual se adiciona o leite magro (morno) necessário para perfazer 1 chávena (ou ¾ chávena). Deixar repousar durante 10 minutos.

Untar um recipiente de ir ao forno com azeite ou manteiga. Lavar os tomates e cortá-los como desejar (em fatias, ou em quartos), colocá-los numa tigela e polvilhar com o amido de milho. Temperar com sal e pimenta. Misturar bem e reservar.

No robô de cozinha, colocar a farinha de trigo, a farinha de milho, o fermento, o bicarbonato e uma pitada de sal. Adicione a manteiga gelada e ligar o robô (botão pulse) até obter um preparado granulado. Adicionar as ervas, o ovo batido e o buttermilk e ligar o robô até a massa ficar firme. Acrescentar mais farinha se a massa ficar muito mole ou mais buttermilk (ou leite) se ficar muito seca.

Colocar os tomates no recipiente de ir ao forno, espalhar a massa por cima, usando uma espátula, até cobrir tudo. Com diz a Fer “Não precisa ficar perfeito, deixe buraquinhos para o vapor poder escapar”. Levar ao forno, pré-aquecido a 190 graus, durante 45 minutos, até que a massa fique dourada e o recheio borbulhante. Retirar do forno, deixar arrefecer um pouco e servir.

Vamos às compras e às contas: com excepção da farinha de milho integral, que foi comprada no Celeiro, os preços de referência desta refeição são os do Continente. Queria no entanto fazer aqui uma ressalva: os tomates custaram-me 30 cêntimos o quilo numa mercearia... Ou seja, no Continente custam o quadruplo! Assumi o preço do Continente no quadro das contas, mas caso tivesse colocado o preço real (€ 0,36 – 1,200 kg de tomate), o total desta refeição seria apenas € 2,92 (uma redução de € 1,08)! Fica aqui uma vez mais provado que não compensa comprar tudo no mesmo supermercado.



Dica de poupança: querem fazer uma determinada receita, mas as palavras buttermilk, sourcream, iogurte grego ou mascarpone na lista dos ingredientes causam-vos arrepios devido ao preço? Não se preocupem: podem substituí-los por ingredientes bastante mais baratos:

Sourcream – substituam por iogurte natural.
Buttermilk – sigam a indicação que acima vos deixei
Iogurte grego – deixar o iogurte a escorrer de um dia para outro, para que liberte o soro e fique espesso.
Mascarpone – vejam aqui no Outras Comidas como fazê-lo.

28/09/09

Sopa tailandesa de cenoura


Um dos ingredientes que mais me seduz na culinária tailandesa é, sem dúvida, a erva-príncipe. O seu sabor perfumado, intenso e ao mesmo tempo delicado, o seu travo a limão… uma delícia. Por isso, percebi logo que esta receita (do Mark Bittman) com a chancela da minha querida Carlota/Tangerina, era “a” sopa de cenoura e coco que eu andava há 2 semanas a procurar para fazer a vontade ao Luís.


Ingredientes:

2 colheres de sopa de óleo
3 talos de erva-príncipe*
2 dentes de alho
1 colher chá de gengibre fresco ralado
(ou ½ colher de chá de gengibre em pó)
500 g cenoura (pesada depois de arranjada)
Sal e pimenta
250 ml leite de coco (200 ml, no original)
400 ml água (200 ml, no original)
Coentros (não usei)

*Vendem-se congelados nas lojas de produtos asiáticos (Martim Moniz). Mas caso tenham dificuldade em comprar, não deixem de fazer esta sopa: façam um chá de erva-príncipe bem aromático e, em vez de água, usem o chá (ou uma parte de chá, outra de água).

Aquecer o óleo com a erva-príncipe (se os talos forem grandes, cortá-los ao meio), o gengibre e o alho picado, Cozinhar em lume médio até o alho estar dourado. Juntar as cenouras cortadas às rodelas, o sal, a pimenta, os talos dos coentros (se optarem por usar coentros), o leite de coco e a água. Deixar cozinhar até as cenouras ficarem tenras. Retirar os talos da erva-príncipe e triturar a sopa. Se a sopa estiver muito basta, juntar um pouco de água. Rectificar os temperos e servir com folhas de coentros (eu servi com pedacinhos de gengibre fresco).

25/09/09

Tarte de morangos & iogurte (o fino da bossa) da Fer


Na segunda-feira, vi esta receita no Chucrute com Salsicha e fiquei tão entusiasmada com as palavras da Fer que não aguentei enquanto não experimentei. É raríssimo fazer doces durante a semana laboral – quando faço é ao fim-de-semana – mas perante a promessa de rapidez não hesitei. Além disso, sou fã de tartes, sobretudo frescas. Como diz a Fer, esta sobremesa é “o fino da bossa” (Fer, mas o que é que você faz que não seja o fino da bossa?)! A minha foto não faz justiça à tarte, pois foi tirada à noite... mas a da Fer está linda.


Massa:

200 g de bolachas digestivas
4 colheres de sopa de manteiga



Recheio:

1 pacote de gelatina em pó sem sabor (6 g)
2 chávenas de iogurte grego ou iogurte gordo drenado
(deixei a escorrer de um dia para o outro
5 iogurtes naturais sem açúcar,
para lhes retirar o soro )
1 chávena de natas frescas (250 ml)
½ chávena de açúcar
1 colher de chá de extracto de baunilha
2 chávenas de morangos
(arranjados e cortados em cubinhos)


Triturar as bolachas e misturar com 4 colheres de sopa de manteiga derretida (quando acho que a massa está ainda muito desagregada, deito mais um pouco de manteiga ou uns pinguinhos de água). Forrar uma forma de tarte com esta massa.

Numa caçarola pequena, colocar 4 colheres de sopa de água e a gelatina em pó. Deixar repousar 5 minutos e depois aquecer em lume brando, mexendo sempre até que a gelatina se dissolva. Numa tigela pequena, misturar a gelatina e ¼ das natas (ou 50 ml, se usar outra unidade de medida). Noutra tigela, misturar o iogurte, o açúcar e a baunilha. Junte a mistura de iogurte à de gelatina. Misturar bem e levar ao frigorífico 5 minutos.

Entretanto, bater as natas até formarem picos. Envolva este chantilly com a mistura de iogurte e adicione uma parte dos morangos picados, reservando alguns para enfeitar a tarte. Verter o recheio na tarteira, decorar com morangos e levar ao frigorífico 30 minutos.

23/09/09

Figos conservados em Rum





Já percebi que para a maioria dos nossos leitores terminou a época dos figos. Peço desculpa pelas tardias receitas com esta deliciosa fruta, mas não me queria despedir da temporada sem vos deixar mais esta... pode ser que ainda dê para fazer, nem que tenham que reduzir as quantidades. A receita é do livro How to be a Domestic Goddess, de Nigela Lawson, e, segundo as indicações da autora, é para ser consumida pelo Natal (3 a 4 meses depois de feita), com uma torrada de Panetonne (ou de Bolo-rei, digo eu). Mas gosto destes figos sobretudo com gelado de natas ou de baunilha.


Ingredientes:


1 kg figos
(a receita original leva figos pretos.. mas faço com verdes)
100 ml de rum (75 ml, no original) + 2 colheres de sopa (30 ml)
(pode ser necessário usar mais – ver receita)
500 g açúcar
500 ml água



Lavar e secar os figos cuidadosamente. Numa caçarola, em lume brando, dissolver o açúcar na na água, mexendo sempre. Deixar fervilhar durante 15 minutos. Retirar do lume e acrescentar os 100 ml de rum e os figos. Levar ao lume cerca de 1h30m, mexendo ocasionalmente com uma colher de pau. Durante esse período, tapar a caçarola, mas não totalmente: deixar num ângulo que permita a evaporação de algum líquido. Assegure-se de que os figos cozinham homogeneamente (vire-os a meio da cozedura, mas faça-o com cuidado). Colocar os figos num frasco de vidro previamente esterilizado. Deixar o xarope ao lume uns 10 minutos para reduzir. Juntar 2 colheres de sopa de rum e mexer. Verter o líquido para o frasco e, caso os figos não fiquem cobertos pelo xarope, acrescentar mais rum. Guardar num lugar escuro (validade: 6 meses).

21/09/09

Lombinhos de porco com figos e vinho do Porto



Este ano voltaram a passar pela minha cozinha “carradas” de figos deliciosos, rechonchudos e doces, 100% biológicos, de uma árvore de ninguém, colhidos por quem bem conhece a minha paixão por este fruto… Da maioria desses figos fiz compota, de outra parte, salada, alguns comi-os como sobremesa, assim simples… Ontem, à laia de despedida, confeccionei este prato, no qual o tomilho-limão joga um papel fundamental, ao conferir um sabor acidulado à carne, que contrasta na perfeição com a doçura do molho de figos.


Ingredientes (4 pessoas):



500 g de lombinhos de porco
Vinho branco
Massa de pimentão
3 dentes de alho
Tomilho-limão (usei seco)
1 folha de louro
Sal q.b.



Molho figos:

2 dl de vinho do Porto
½ cebola picada
10 a 12 figos (os meus eram pequenos)
Molho de assar a carne, coado




Barrar os lombinhos com massa de pimentão e o alho picado. Deixar marinar pelo menos 2 horas em vinho branco, temperado com tomilho-limão e louro. Ligar o forno a 240 graus. Secar os lombinhos em papel absorvente. Numa frigideira, dourá-los em azeite. Numa assadeira, colocar os lombinhos e o líquido da marinada. Assar entre 40 a 45 minutos (manter durante uns 20 minutos o forno a 220 graus, descendo depois para os 160 graus – indicações para forno a gás). Ir vigiando a carne, regando com o molho e acrescentar água caso seja necessário.

Refogar a cebola num pouco de azeite, juntar o molho de assar a carne, previamente coado. Deixar cozinhar a cebola uns 3 minutos. Acrescentar o vinho do Porto e os figos cortados aos quartos. Deixar reduzir o molho. Servir os lombinhos às fatias com o molho de figos. Para acompanhamento, sugiro arroz branco ou batata assada e uma salada de rúcula.


Intervalo para publicidade: usei tomilho-limão seco, de agricultura biológica, produzido pelos meus queridos amigos, Rosário e Henrique. Fiquem de olho na etiqueta Ervas da Zoé, pois as ervas aromáticas e os chás desta marca são maravilhosos e de exímia qualidade, produzidos e misturados com imenso carinho e muitíssima sabedoria.

18/09/09

4 por 6 na Ucrânia: Borscht e Ameixas recheadas à moda da Lyudmyla


No passado fim-de-semana, no âmbito da iniciativa TODOS, cujo objectivo foi promover um encontro de culturas no Martim Moniz, tive o prazer de participar em 2 aulas de culinária. No sábado, tivemos uma divertidíssima aula indiana, com direito a danças ao estilo Bollywood. Já no Domingo, a Lyudmyla e o marido deram-nos a conhecer alguns pratos típicos do seu país, a Ucrânia.


Decidi replicar aqui duas das receitas que aprendi com a simpática (e paciente) Lyudmyla, pois enquadravam-se perfeitamente no espírito do 4 por 6: uma sopa-refeição (coisa que adoro!) e uma sobremesa deliciosa (para comer com muita moderação ;-)).


As quantidades são adaptadas ao meu gosto e às exigências de uma refeição económica. Sempre que fujo à receita original da Lyudmyla assinalo-o.
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Borscht
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Ingredientes:
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400 g de entrecosto
Água q.b.
350 g couve lombarda ou coração
200 g beterraba
(pode usar beterraba já cozida, eu optei por crua, por ser mais barato)
225 g batata
2 tomates pelados (ou polpa de tomate, no original)
100 g feijão cozido
1 cebola (180 g)
Azeite q.b. (no original, óleo de girassol)
Sal e pimenta
1 folha de louro
2 dentes de alho
Sumo limão q.b.
Salsa q.b.
Iogurte para enfeitar (natas, no original)


Cozer o entrecosto em água sem sal (usei a panela de pressão e foram cerca de 10 minutos, após disparar o apito). Enquanto a panela de pressão está ao lume, preparar os vegetais: ralar a beterraba e a couve (ou cortá-la finamente); cortar a batata aos cubos e picar a cebola grosseiramente. Deitar a couve a a batata na panela (a partir daqui, uso a panela de pressão como se de uma panela normal se tratasse). Acrescentar água quente, caso seja necessário, e sal. Manter ao lume. Entretanto, refogar a cebola em azeite. Juntar a beterraba ralada, deixando cozinhar um pouco até adicionar o tomate (ou a polpa). Deixar apurar. Juntar esta mistura à sopa. Depois, misturar o feijão. Temperar com pimenta preta, alho laminado e uma folha de louro. Quando levantar fervura, apagar o lume. Adicionar um pouco de sumo de limão. Servir polvilhada com salsa e com uma colher de iogurte.




Ameixas recheadas à moda da Lyudmyla




 Antes de provar, torci um pouco o nariz a esta sobremesa, pois pensei que a combinação não ia resultar. A maioria das pessoas tem a mesma reacção, mas quando prova... fica completamente rendida (eu também fiquei!).




Ingredientes:

20 ameixas secas (cerca de 125 g)
2,5 dl de vinho do Porto
(na Ucrânia usa-se vinho tinto e sumo de ginja)
1 colher de sopa de mel
Nozes (meia noz por ameixa)
Leite condensado q.b.


Num tacho, deitar o vinho, o mel e as ameixas. Levar ao lume até levantar fervura. Coar as ameixas (não deitar o líquido fora, pois pode servir para aromatizar um sumo ou para uma sobremesa). Quando as ameixas estiverem frias, rechear cada uma com meia noz. Servir com um pouco de leite condensado por cima.
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Vamos às compras e às contas: uma vez mais os preços de referência são do Continente, com excepção das ameixas. Estas últimas foram compradas no supermercado Lidl, pois vendem-nas mais baratas, e sem caroço.


Quanto ao feijão, prefiro comprá-lo seco e cozê-lo na panela de pressão: é mais saboroso e mais barato. Normalmente, conservo-o no congelador em pequenas doses, que depois vou utilizando à medida das minhas necessidades.


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Dica de poupança: a panela de pressão é uma excelente aliada de quem não tem tempo nem dinheiro para desperdiçar: torna a cozedura 3 vezes mais rápida, poupando-se assim energia. Além disso, conserva o sabor e os nutrientes dos alimentos.


Se a usarmos de acordo com as normas de segurança, correrá tudo bem... e olhem que é uma desastrada a falar! E as regras são: não usar demasiada água (encher apenas 2/3 do volume) e só retirar a tampa depois de todo o vapor se ter libertado.

16/09/09

Panna cotta de baunilha com coulis de morango

Hoje, era o meu dia do 4 por 6, mas atrasei-me um pouco na preparação da ementa, já que os pratos que vou sugerir aprendi-os recentemente e era necessário testar quantidades (felizmente a Laranjinha safou-me, antecipando a sua participação). Assim, apresento-vos a sobremesa do tal jantar de amigas de que vos falei na semana passada: uma panna cotta com coulis de morango, receita da querida Elvira. Ultimamente ando completamente rendida a esta sobremesa de sabor suave, mas notável, e de simples e rápida confecção (se não contarmos com as horas de refrigeração, claro!).


Ingredientes
(4 ou 5 pessoas):
600 ml de natas líquidas
50 g de açúcar
1 pacote de gelatina em pó (6 g)
1 vagem de baunilha
2 colheres de sopa de água para dissolver a gelatina
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Coulis de morangos:
350 g de morangos maduros lavados e arranjados
150 g de açúcar
(200 g de açúcar em pó na receita original)
sumo de 1/2 limão
 
Colocar as natas e o açúcar numa caçarola ou tacho pequeno. Abrir a vagem de baunilha, no sentido longitudinal, com a ponta de uma faca. Raspar as grainhas da baunilha e adicioná-las às natas, juntando também a vagem. Aquecer em lume brando, mexendo sempre. Assim que levantar fervura, retirar o tacho do lume e deixar repousar 10-15 minutos. Retirar a vagem de baunilha. Entretanto, misturar a água à gelatina e deixar repousar 2 ou 3 minutos (são estas as instruções que vêm na embalagem).
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Juntar a gelatina à panna cotta, levar um pouco ao lume (brando) até dissolver a gelatina. Deitar a panna cotta em formas, ramequins, ou até mesmo chávenas de chá. Refrigerar de 4 a 6 horas antes de desenformar. Desenformar a panna cotta (mergulhar as formas em água quente e depois ajudar com a faca).
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A Elvira fez o coulis de um modo mais simples e rápido, não o levando ao lume. Mas eu fiz mais tipo compota para que se pudesse conservar mais tempo (além disso não tinha açúcar em pó e queria que o açúcar ficasse bem dissolvido). Triturar os morangos com o sumo de limão e o açúcar. Levar ao lume e deixar fervilhar durante 15 minutos. Reservar (só servir quando estiver à temperatura ambiente).
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14/09/09

“Viajei pelo mundo sem sair de Lisboa”

Índia, borscht, chá, garam masala, cumplicidades, café, vodka, curcuma, Ucrânia, música, picante, deruyny, pimenta, kompot, quiabos, Jaipur, risos, chapati, gengibre, sementes de cominho, dança, paneer, Punjab, frutos secos, ghee, beterraba, doce. Estes foram os ingredientes de um fim-de-semana intenso. Sinto-me embriagada. Embriagada com cores, sabores, sons, cheiros... apaixonei-me pela minha cidade... preciso de uns dias para saborear esta paixão. Volto na quarta-feira com o 4 por 6. Até lá.


PS – esqueci-me das fotos... mas podem ver aqui as reportagens da Laranjinha, minha adorada companheira de jornada.

11/09/09

Cake de peras, roquefort e nozes


Decreto que este cake é a partir de agora o meu favorito. Eu sei que ter certezas às vezes não é muito elegante - lembro-me daquela “personagem” que dizia nunca ter dúvidas... e como quem não se engana também não me inspira confiança... adiante. Vou reformular. Tenho um palpite de que este é “o” bolo salgado, uma sensação que se deve à conjugação fenomenal do queijo roquefort com as peras e as nozes. A receita veio do magnífico Tachos de Ensaio e apenas duas alterações foram feitas: a redução na quantidade de queijo e de nozes, para que ficasse ligeiramente menos calórico. Ficou perfeito (acho que as minhas convidadas também gostaram).



Ingredientes:

180 g farinha
1 colher de sopa de fermento
3 ovos
1 dl de óleo
1 dl de leite
2 colheres de sopa de óleo de noz (caso não tenham, ponham do outro que usarem)
2 peras (cortadas aos cubos)
100 g de queijo gruyére ralado (se não encontrar, use emmental)
100 g de queijo roquefort
70 g de nozes picadas grosseiramente
Sal e pimenta q.b.


Peneirar a farinha e o fermento para um recipiente e reservar. Bater os ovos com o óleo e o leite e temperar com sal e pimenta (atenção: não se esqueça de que o roquefort é bastante salgado, tenha isso em consideração quando temperar). Incorporar esta mistura na de farinha. Juntar o gruyere ralado, depois o roquefort esfarelado, as peras e o miolo de noz. Misturar bem até a massa ficar homogénea. Verter para uma forma de bolo inglês previamente untada. Levar ao forno pré-aquecido a 180 graus durante 50 minutos. Servir frio, acompanhado por salada.

09/09/09

Salmão fumado com alcaparras


Esta entrada é uma verdadeira delícia. Foi a minha amiga Ana que me ensinou, e quem fez a que se vê na foto. A publicação desta receita não podia vir mais a propósito: ela hoje faz anos e aproveito para lhe dar os Parabéns e desejar-lhe muitas felicidades (e muitos anos de vida, claro!).

As quantidades da receita dependem da voracidade dos convidados... nem perguntei à Ana quanto comemos... mas lembro-me de contar mais de 10 (!) palitos no meu prato ;-)



Ingredientes:

Salmão
Alcaparras
Limão
Cebolinho


Regar o salmão com sumo de limão. Colocar 2 alcaparras por palito e um pedacinho de salmão enrolado (lembro-me que a Ana uma vez colocou uma das alcaparras como recheio do salmão). Colocar num recipiente de servir e polvilhar com cebolinho picado. Já está!

07/09/09

Requeijão assado com tomate seco e sálvia

 
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Esta semana, a minha ideia é publicar o menu de um jantar de amigas – a que alguém chamou de ladies night, mas esqueceu-se de que havia um Dinis dentro de uma das barrigas (afinal o principal motivo para a antecipação da nossa tertúlia, caso contrário, o jantar teria de ser na maternidade). Foi um serão muitíssimo animado – com o humor corrosivo das minhas queridas amigas era impossível ser de outra forma – e a comida até não estava má ;-). Para ser perfeito só faltou mesmo a Teresa, que pela primeira vez não marcou presença neste meeting de ex-colegas de emprego.
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Aqui fica uma das entradas, adaptada daqui.


Ingredientes:


250 g de requeijão*
4 tomates secos
1 ovo
Pimenta
1 mão cheia de sálvia
Azeite q.b.
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Demolhar os tomates secos cerca de 1 hora para que percam o sal e amoleçam. Com a varinha mágica (mixer), misturar o requeijão com o tomate, o ovo e a pimenta. Juntar a sálvia picada. Colocar esta pasta em ramequins untados com azeite. Levar ao forno, pré-aquecido a 180 graus, durante 30 minutos. Deixar arrefecer cerca de 30 minutos antes de servir (se quiser pode desenformar).

Esta entrada é ideal para servir num dia em que se utilize o forno para fazer a refeição principal ou a sobremesa, pois aproveita-se um “cantinho” do forno para colocá-la, e sempre se poupa alguma energia.

*Para os leitores brasileiros: o requeijão em Portugal é um queijo similar ao ricotta, não é o mesmo que requeijão no Brasil.

P.S.: não sei o que se passa, mas não consigo formatar a mensagem de acordo com o tipo de letra e tamanho que habitualmente utilizo. Ultimamente tem sido uma guerra....

04/09/09

Copinho de iogurte com bolacha e geleia de maracujá ou ideias para uma sobremesa


Mais do que uma receita, com este post pretendo dar ideias para uma sobremesa simples, rápida e saborosa. Fi-la num dia em que tinha uns amigos para jantar, mas muito pouco tempo para prepará-lo.

Os ingredientes - cujas quantidades dependem do número de convidados e do gosto d@ cozinheir@ - são os que tiverem à mão. Normalmente, uso uma base de bolacha (shortcake, digestivas ou de chocolate) à qual, por vezes, junto frutos secos. No meio, deito iogurte (natural, cremoso ou de baunilha) – há quem use natas, mascarpone, queijo Philadelfia, mas são opções mais calóricas e menos económicas. Finalizo geralmente com fruta fresca, coulis de fruta, compota ou mel... Mas os copinhos podem-se encher de outras formas: com a fruta no fundo e a bolacha por cima, ou fazer várias camadas, intercalando os diversos alimentos.

Lembrei-me agora: este tipo de sobremesa parece que faz sucesso junto das crianças, disse-me a minha colega SF. Também deve ser uma boa ideia pedir a participação dos miúdos para compô-la, não é verdade?

Ingredientes:

Iogurte de baunilha
Bolachas shortcake
Amêndoa torrada
Geleia de maracujá

Na picadora, moí as bolachas com a amêndoa torrada. Dispus esta mistura no fundo do copo, por cima, verti o iogurte. Finalizei com uma geleia feita de polpa de maracujá e açúcar gelificante (400 g de polpa para 100 g de açúcar). Este tipo de açúcar é ideal para usar em compotas ou geleias, sobretudo quando se usam frutas com pouca pectina. Mas não é um ingrediente essencial. No caso concreto desta receita, achei indicado usá-lo, dado que a polpa de maracujá é bastante líquida e o açúcar gelificante ajudou a espessar; por outro lado, permitiu-me reduzir substancialmente a quantidade de açúcar.
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Vejam neste post do 4 por 6 outra sugestão similar: trifle de iogurte e frutos silvestres.

02/09/09

4 por 6: sopa fria de maçã e caril + almofadinhas de lombarda com seitan


Para a reentrée do 4 por 6, escolhi um menu com um toque exótico: uma sopa estival com aroma de caril e um prato principal temperado com cominhos e hortelã. Já sei que alguns de vós torcem o nariz à comida vegetariana, mas experimentem. Não se esqueçam de que uma das boas regras da alimentação é a variedade (que estamos a ver que até é possível com um baixo orçamento...). Além disso, já todos sabemos que só nos faz bem reduzir o consumo de proteína animal.
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Sopa fria de maçã com caril




A receita original recomenda o uso da variedade de maçã que habitualmente usamos nas tartes. Optei pela reineta por ser das minhas favoritas (e estar em promoção). Se usarem uma variedade mais doce, dispensem a pitada de açúcar e usem sumo de 1 limão, em vez de meio.
Ingredientes:

600 g maçã
6 dl de caldo de legumes
(ou água com meio cubo de caldo biológico)
2 colheres de sopa de manteiga
1 cebola pequena
Sumo de meio limão
1 colher de chá de caril (usei madras e... mais do que 1 colher ;-))
Sal e pimenta q.b.
1 pitada de açúcar
(para atenuar a acidez da maçã, caso usem reineta)
1 iogurte natural (facultativo)

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Saltear a cebola em manteiga. Juntar a maçã, descascada e cortada em fatias, e o caril. Quando a maçã começar a amolecer, adicionar a água. Deixar cozinhar cerca de 30 minutos. Temperar com sal e pimenta, e colocar uma pitada de açúcar, se achar necessário. Deixar a sopa arrefecer uns 30 minutos. Adicionar o sumo de limão. Triturar a sopa na varinha mágica (mixer). Servir fria ou à temperatura ambiente. Se desejar, enfeitar com uma colherzinha de iogurte espesso (iogurte normal, deixado a escorrer de um dia para o outro, ou durante pelo menos 4 horas).
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Almofadinhas de couve-lombarda com seitan




Ingredientes:

300 g seitan
75 g pimento vermelho
1 cebola
2 dentes de alho
Couve-lombarda
(usei 6 folhas grandes – cerca de 300 g)
1 lata de polpa de tomate (400 g)
1 dl de vinho branco
Azeite (3 colheres de sopa)
Cominhos, sal e pimenta q.b.
Hortelã



No robô de cozinha, moer o seitan com o pimento, a cebola e os dentes de alho para o recheio. Numa frigideira com azeite, passar o recheio e temperar com os cominhos, sal e pimenta. Deixar cozinhar um pouco. Reservar. Escaldar as folhas de couve-lombarda e recheá-las (convém deixar esfriar o recheio e as folhas de couve), usando palitos para fechar a almofadinha. Num tacho, juntar azeite, o tomate pelado e o vinho, por cima dispor as almofadinhas e a hortelã. Salpicar com um pouco de sal. Deixar cozinhar até que a couve fique tenra e o molho apure. Ir juntando água para que o molho não seque. Servir com arroz branco.

Vamos às contas e às compras: para começar, a advertência de sempre: os valores da fruta e dos legumes são do Continente, mas se comprar na mercearia do seu bairro o mais provável é encontrar mais barato (exemplo: a cebola, classificada pelo hipermercado como “económica”, custa € 0,85/kg, na mercearia ficou-me por € 0,35/kg). Em segundo lugar, não compre o seitan no Continente, sai bastante mais caro do que adquiri-lo numa loja de produtos dietéticos e macrobióticos.





Dica de poupança: se uma receita pedir iogurte grego, não deixe de a fazer por considerá-lo caro. Substitua o iogurte grego por um corriqueiro iogurte natural sem açúcar de marca branca. Depois, deixe-o escorrer durante uma noite para que ele perca o soro e fique espesso.